Com colheita prevista em mais de sete milhões de toneladas na segunda safra de milho, Goiás deve ter um acréscimo de 60% sobre o resultado obtido no ano passado. Se, de um lado, há expectativa de alta produtividade no estado – média de 95 sacas por hectare –, de outro, os preços em baixa do cereal preocupam os produtores da região de Rio Verde, onde acontece a feira Tecnoshow Comigo.
De acordo com o vice-presidente da Federação de Agricultura de Goiás (Faeg), Eduardo Veras, os preços futuros do milho para agosto e setembro estão sendo oferecidos ao produtor ao redor de R$ 18. Em comparação, segundo ele, na safra passada a cotação da saca ficou na casa de R$ 38 a R$ 40, motivada por uma frustração de colheita. “Hoje, para o milho disponível, estão falando em cerca de R$ 23. As margens ficaram muito apertadas e nós podemos ter um problema de não fechamento de contas”. Afirma Veras.
O produtor de milho Darly José Ribeiro lembra que o preço do ano passado compensou a safra mais tímida. Hoje, com o mercado em baixa, ele ainda não comercializou nada, mesmo estando já próximo da colheita. Ele diz que poucos produtores conseguiram fazer bons contratos futuros. “O Brasil inteiro vai colher muito milho, então as perspectivas não são boas. Vai ser difícil cobrir os custos de produção”, diz.
Com a dificuldade de fazer negócios, a troca de grãos por insumos pode ser uma alternativa para o agricultor. O gerente de marketing da Basf, Nilson Caldas, afirma que o volume de comercialização de grãos está muito baixo neste ano, com taxa em torno de 50% na soja e de 25%, no milho. Por conta disso, há falta de espaço para armazenar o cereal. “Assim, o produtor vai procurar as empresas para fazer operações de troca, para usar a moeda que ele tem na mão”, diz Caldas.