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Governo proíbe 5 plantas frigoríficas de exportarem carne bovina para os EUA

Norte-americanos encontraram inconformidades no produto que, de acordo com indústrias, seriam causadas por reações à vacinação contra febre aftosa

Fonte: Sílvio Ávila/Mapa

O governo brasileiro suspendeu as exportações de cinco frigoríficos que vendiam carne bovina in natura para os Estados Unidos. Os norte-americanos encontraram inconformidades causadas por reações à vacinação contra febre aftosa. O setor produtivo culpa a indústria de vacinas, mas o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, diz que os frigoríficos vão ter que arcar com os prejuízos.

O problema encontrado é chamado de abscesso, espécie de inchaço e inflamação causados por uma reação no organismo do animal após a vacinação contra febre aftosa. Entre os frigoríficos com exportações suspensas, três plantas pertencem à Marfrig, localizadas em São Gabriel (RS), Promissão (SP) e Paranatinga (MS);  uma da JBS, em Campo Grande (MS); e uma da Minerva, em Palmeiras de Goiás (GO). A suspensão das exportações é temporária e deve ser retirada após o governo brasileiro apresentar medidas corretivas e prestar todos os esclarecimentos exigidos pelos EUA

Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA), o pecuarista perde cerca de 3 quilos de carne por animal quando os abscessos são visíveis a olho nu. Isso ocorre porque a indústria desconta o valor descartado antes mesmo da pesagem. Quando os problemas são detectados dentro da carcaça, no processo de corte, quem fica no prejuízo é o próprio frigorífico. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), a perda chega a 1.500 kg por dia em apenas uma das plantas embargadas.

Para o setor produtivo, a inconformidade acontece, em grande parte, por baixa qualidade nos componentes da vacina e não pela má aplicação do medicamento. O presidente da Abiec, Antônio Camardelli, diz as indústrias têm detectado que a origem do problema está ligada muito mais aos componentes e ao processo de fabricação das vacinas do que no manejo dentro da propriedade rural. 

O presidente da Comissão Nacional de Bovinocultura de Corte da CNA, Antônio de Salvo, por sua vez, lembra que a reação só aparece após as duas vacinações obrigatórias contra a aftosa. “Será possível que, nas outras 11 ou 12 vacinas que fazemos, o vacinador acerta e especificamente nessa da aftosa ele é desleixado e deixa ela dar um abscesso?”, questiona.

Já Blairo Maggi sustenta que não é possível definir de quem é a culpa sem um estudo detalhado. “Nós certamente faremos uma investigação para saber até onde esse tipo de acusação contra a vacina é verdadeiro ou não, mas não é uma situação que você resolve de um dia para o outro”, diz o ministro. Ele defende que os frigoríficos arquem com os prejuízos causados pela suspensão das exportações.

Por meio de nota, a Marfrig Global Foods afirma que já está tomando todas as providências necessárias para atender às exigências do mercado americano e está atendendo a todas as etapas estabelecidas pelo Ministério da Agricultura. A JBS informou que já encaminhou os esclarecimentos solicitados para a Abiec e ressalta que não foram encontrados problemas relativos às instalações da planta ou de qualidade do produto. A Minerva Foods informou que a produção de carne para os EUA segue em ritmo normal e que o volume produzido pela planta temporariamente suspensa foi realocado para outras unidades. A companhia afirma ainda que segue os mais rígidos padrões de qualidade e segurança alimentar em todos os países onde atua.

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