Greve: Ministro terá de se explicar no Congresso

A data para sabatinar José Eduardo Cardozo, da pasta da Justiça, ainda não foi definida. Deputados querem convocar ministro-chefe da Casa Civil, Jacques Wagner

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, foi convocado para esclarecer a medida provisória que aumenta a punição a caminhoneiros que bloquearem estradas. Após um debate acirrado, a Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados aprovou a ida do ministro ao Congresso, mas ainda sem data.

Já a convocação do ministro-chefe da Casa Civil, Jacques Wagner, não foi votada. A intenção é que os dois compareçam na mesma sessão.

A discussão que antecedeu a votação do requerimento foi bastante polêmica e tumultuada. Os deputados governistas não concordam com a ida dos ministros ao Congresso. Eles alegam que o governo federal tem atendido à pauta dos caminhoneiros e que a atual manifestação teria uma proposta diferente.

“Neste momento, o que está posto é apenas uma pauta política para derrubar a presidenta Dilma. Essa não é a pauta dos caminhoneiros”, diz o deputado Elvino Bohn Gass (PT-RS).

A medida provisória foi anunciada na última terça-feira pelo ministro da Justiça. Ela estabelece um aumento no valor da multa para quem bloquear estradas. Desde então, a bancada ruralista tenta revogar a medida provisória. “Nós tivemos uma manobra regimental do PT, mesmo assim conseguimos a convocação de um dos ministros.

Na semana que vem nós convocaremos o ministro-chefe da Casa Civil, para que nós tenhamos a discussão de uma medida que inovou no aspecto antidemocrático, porque ela não vale para indígena, para MST, mas vale para caminhoneiros”, afirma o deputado Jerônimo Goergen (PP-RS).

Os caminhoneiros afirmam que o bloqueio nas rodovias vai continuar e esperam que a medida provisória seja derrubada. A expectativa do coordenador do Comando Nacional do Transporte, Ivar Schimidt, é que os parlamentares devem derrubar essa medida.

“É um absurdo, qualquer ser humano sabe que nossa categoria não tem condições de pagar essas multas e também não temos condições de voltar a trabalhar da forma como está.”