Um evento na cidade de Barra Bonita, no interior de São Paulo, reuniu empresas de navegação e sindicatos de hidroviários de todo o Brasil. O objetivo foi mostrar a situação do rio e buscar alternativas para retomar o transporte de cargas.
A hidrovia Tietê-Paraná ainda sofre por causa da estiagem e com a disputa pela água com as hidrelétricas. O nível do canal de navegação, usado como rota de transporte de grãos, segue muito abaixo do normal. Nos pontos mais críticos, a profundidade não chega a um metro.
Desde a paralisação, mais de 6 milhões de toneladas de produtos deixaram de ser transportadas pela hidrovia, principalmente, soja e milho que sai do Centro-Oeste e vai para o Porto de Santos. Transportar essas cargas pelas rodovias fica entre 20 e 30% mais caro.
As empresas que operam na hidrovia estimam um prejuízo de R$ 200 milhões, desde o início da paralisação das atividades, em abril de 2014. No período, cerca de 1 mil pessoas ficaram desempregadas.
O trecho mais preocupante é entre as cidades de Três Irmãos e Ilha Solteira, no estado paulista. A situação ficou ainda mais grave porque a prioridade do governo federal é usar a água para geração de energia nas hidrelétricas da região. Para o Sindicato dos Armadores de Navegação de São Paulo, a medida é contra a lei que prevê o uso múltiplo das águas.
Um projeto do Departamento de Hidrovias de São Paulo prevê o aumento da profundidade do trecho mais afetado em 2 metros. O início dos trabalhos estava previsto para o primeiro semestre deste ano, contudo, o projeto poderia estar desatualizado. As obras não foram planejadas para serem feitas com o nível de água atual.