O aumento nas alíquotas do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em São Paulo, a partir deste mês, pode causar perda de consumo de até R$ 21 bilhões na região Sudeste e redução de R$ 4 bilhões no PIB paulista.
Os cálculos estão em um estudo do Centro de Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas. De acordo com o levantamento, a agricultura vai ser o setor com maior impacto negativo, com retração de 2,7% no valor da produção. Pecuária e agroindústria aparecem na sequência, com baixas previstas em 0,9% e 0,35%, respectivamente.
Segundo Talita Priscila Pinto, economista e uma das autoras do levantamento, foi levado em consideração as cinco grandes regiões brasileiras e as principais cadeias do agro. “Sobre o consumo, a queda se explica por duas visões distintas. Na primeira, temos a oferta, que com o aumento do custo de produção, já que alguns que não eram taxados terá aumento de 4%, teremos uma aumento nos preços e, por sua vez, pode afetar na demanda, já que os consumidores terão que reajustar o seu consumo”, disse.
Segundo ela, isso pode levar a uma redução de R$ 12 bilhões no consumo no estado de São Paulo e mais de R$ 21 bilhões no Sudeste. “Como o consumo é o maior item do PIB em São Paulo, teremos uma queda de R$ 4 bilhões na região. Podemos sentir isso acontecer ao longo de 2021 ou se estender por 2 ou 3 anos”, completou.
Segundo ela, com esse aumento de impostos, quem sairá mais prejudicado serão as famílias mais pobres. “Quem leva a pior sempre são os mais pobres, pois o valor relativo dos itens ficarão mais caros, incluindo da cesta básica que sofrerá impactos indiretos”, finalizou.