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Indústrias de chocolate criticam limites de importação de cacau

Setor também enfrenta demanda fraca e não tem projeção de aumento das vendas na Páscoa 

Fonte: Pixabay/divulgação

A indústria de chocolate reclama que restrições à importação de cacau estão prejudicando o setor. As empresas brasileiras só podem importar matéria-prima de Gana, na África, país que nem sempre oferece as melhores cotações do produto. Outro problema para o setor é a demanda enfraquecida. As projeções para as vendas na Páscoa não são das mais otimistas.

Por essa razão, a produção de ovos de Páscoa não deve aumentar neste ano. Em um cenário de crise econômica e desemprego, a expectativa é de, no máximo, repetir os números de 2016 – 58 milhões de ovos comercializados, o que representa 14,3 mil toneladas. Ainda assim, o Brasil manteria o posto de maior fabricante desse tipo de produto no mundo, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab).

Outro tema amargo para o setor é a matéria-prima. A última safra brasileira de cacau somou cerca de 150 mil toneladas, apresentando uma quebra de cerca de 30%, sobretudo em função da seca que afetou as lavouras da Bahia.

Por conta disso, a indústria teve que importar mais de 50 mil toneladas no ano passado para completar a demanda, afirma o presidente da Abicab, Ubiracy Fonsêca. “Infelizmente, por questões políticas, nós só podemos importar o cacau de Gana, que é o segundo maior produtor (mundial). E a Costa do Marfim, que é o maior produtor de cacau do mundo, não podem vender para o Brasil”, conta.

A restrição das importações prejudicaria as indústrias de chocolate, que nem sempre conseguiriam o melhor preço na compra da matéria-prima, diz Fonsêca. No mercado internacional, a cotação do cacau vem apresentando queda com o aumento da produção da amêndoa. 

A perspectiva é de que a safra na África e na Indonésia tenha bom desempenho. “A demanda deve ficar meio estagnada, talvez com uma leve alta em relação ao ano passado, por conta do crescimento mais lento (do consumo) dos países desenvolvidos”, diz o analista de mercado Fábio Rezende.

No Brasil, também há expectativa de safra maior em 2017. A produção esperada é de cerca de 210 mil toneladas, para um consumo de 230 mil. “Isto daria um déficit de 20 mil toneladas que a gente teria que importar”, calcula Rezende.

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