O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo(IPCA) registrou em novembro o maior resultado para o mês desde 2015. A alta foi de 0,89% contra 0,86% de outubro. O acumulado em 12 meses ficou em 4,31% e ultrapassou o centro da meta do banco central de 4%.
Alimentação e transportes foram os itens que mais puxaram o índice para cima. Dados do IBGE apontam que o que mais acelerou o grupo de alimentação foi o alto consumo de alimentos preparados em casa, como carnes, alta de 6,54% e batata inglesa com disparada de 29,65%. Outros itens que se destacaram pelo aumento de preços foram o tomate com alta de 18,45%, arroz, 6,28% e óleo de soja, com alta de 9,24%. No setor de transportes a maior contribuição para a alta da inflação em novembro foi o etanol, com alta de 9,23% e a gasolina, que aumentou 1,64%.
O temor do comentarista Miguel Daoud é que o Brasil mergulhe em um processo inflacionário com ocorreu no início da década de 1990. “Foi um desastre econômico e essa inflação de agora é muito perigosa. Como sabemos, é um fenômeno que decorre da diferença entre oferta e procura, que pode ser corrigida com taxa de juros mais altas, desestimulando o consumo. Mas o IPCA mede uma média de várias categorias de consumo, porém algumas como a alimentação já enfrentam altas contínuas, o que é muito preocupante”, disse.
Segundo Daoud, é preciso investir em políticas de equalização de preços para os alimentos.