Começou nesta terça-feira, dia 21, a 22ª edição do Dia de Campo Coopercampos. Os produtores que vão ao evento em Campo Novos (SC) estão em busca de conhecimento para melhorar a produção de soja. Para muitos deles, o investimento em sementes é fundamental.
O produtor Jhony Bombarda cultiva soja no Rio Grande do Sul e está sempre atento aos lançamentos do mercado. Para ele, resistência às doenças e produtividade são fundamentais na hora de escolher a semente. Para não correr riscos, ele prefere comprar o insumo.
“Produzir a semente artesanalmente, sem fazer teste de germinação e vigor, não é a mesma coisa que usar o tratamento industrial. Ela não fica uniforme. Se é um ano chuvoso, como este, a porcentagem que a semente vai segurar para controlar as pragas é muito baixa”, afirma Bombarda.
Para evitar doenças na lavoura, o produtor sabe que não é só o manejo que importa. A escolha da semente também deve ser levada em conta. No evento de Campos Novos, que reúne o setor produtivo de soja de Santa Catarina, a ideia é apresentar novas tecnologias, mas também levar conhecimento e informação aos produtores.
E, se informação vale ouro, o pesquisador do Departamento de Defesa Fitossanitária da Universidade Federal de Santa Maria Jerson Carús Guedes alerta para a incidência de pragas na produção de soja.
“Neste ano teve problema sério de percevejo na região, um problema que é nacional, então isso é típico, e também tem o registro da ocorrência de tripes e de ácaros. São pragas que há alguns anos eram consideradas de importância secundária, e hoje são importantíssimas”, aponta.
A concorrência é grande. Além do percevejo, uma velha conhecida é motivo de preocupação para os agricultores. “Uma lagarta por metro, ou dez mil lagartas por hectare, é capaz de reduzir mais de um saco de soja, portanto isso é um índice similar ao dos percevejos. Cada momento da vida da soja está pré-disposta a algumas pragas. Então, é preciso monitorar e controlar os níveis que são recomendados pela pesquisa”, completa Carús Guedes.
Além do conhecimento, a 22ª Coopercampos também mostra ao produtor o que há de novo em sementes, produtos e máquinas. A cooperativa que empresta o nome ao evento é a maior produtora de sementes de soja do Sul do país.
“Campos Novos é considerado o celeiro catarinense. É a região onde tem uma maior produção de soja do estado. A produtividade aqui tem dado em torno de 60 a 70 sacos por hectare. Mas nós queremos chegar a 90, cem sacos por hectare”, diz o diretor presidente da cooperativa, Luiz Carlos Chiocca.