Animal selvagem e predatório, o javali é motivo de dor de cabeça para os pecuaristas no Rio Grande do Sul. O problema é antigo, mas nos últimos anos parece ter se agravado. O Canal Rural foi conhecer os prejuízos e também entender o que autoridades têm feito para resolver o assunto.
Todos os anos, o pecuarista Vasco Costa Gama tem prejuízos devido a ação dos javalis. Ele calcula que pelo menos 400 cordeiros já foram mortos.
“Nascem os cordeiros e eles vão e comem. O ano retrasado me comeram 200 cordeiros aqui. E terneiro já comeram uns dois. A vaca dá cria e eles estão esperando que o terneirinho nasça, meio patetinha, eles comem”, afirma.
Para ter uma ideia do quanto o javali traz de prejuízos, em uma área de soja, o produtor cultivava vários tipos de fruta, mas a destruição era tanta, que foi preciso abandonar a cultura.
“Eles comiam todas as frutas, melancias e morangas. Eles fuçavam ao redor para pegar o adubo da planta”, completa.
O grão foi escolhido para ocupar os 52 hectares porque não serve de alimento para o animal. O controle é autorizado pelo Ibama desde 2013, mas só pode ser feito por quem estiver cadastrado no órgão. O problema é que o produtor encontra muita burocracia. O governo afirma que pretende mudar o quadro.
“Isso a gente pode revisar e buscar uma forma mais efetiva de realizar isso aqui no estado, em acordo com o que diz o plano nacional”, conta a diretora do Departamento de Biodiversidade da Sema, Liana Tissiani.
A sanidade também é uma preocupação. Por isso, a partir de março, a Secretaria de Agricultura vai analisar de perto a saúde dos animais.
“É um perigo inclusive para o homem. O javali pode transmitir zoonoses. Então, a gente também alerta o risco desses animais, que podem estar veiculando tuberculose, brucelose, hepatite”, completa a coordenadora do Programa de Sanidade Suína do Rio Grande do Sul, Juliana Webster.