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Lagarta derruba milho pronto para colheita e ameaça soja em Mato Grosso

Problema foi percebido por engenheiro agrônomo há 15 dias e deve aumentar os prejuízos da safra em pelo menos 10%

Uma lagarta misteriosa e de alto poder destrutivo vem trazendo preocupação aos produtores que estão começando a colheita do milho de segunda safra em Mato Grosso. A lagarta, ainda desconhecida, tem um jeito estranho de atacar: se alimenta dos grãos secos, quando a lavoura já está pronta para a colheita. 

Naildo Lopes é engenheiro agrônomo e está acompanhando o problema na propriedade do produtor rural Olévio Brancalione, em Nova Mutum, na região central do estado. 

“Ela come o talo em cima da espiga e a espiga vai para o chão, quando abre o milho tem um buraco lá aonde ela comeu tudo. Essa que caiu no chão, perdeu, não junta mais. Agora, vamos esperar os engenheiros agrônomos para tentar identificar, para ver o que vai fazer”, lamenta Brancalione.

Lopes explica que a forma de incidência é diferente de outros tipos de lagartas e chamou muita atenção. “Nós notamos há 15 dias que ainda existia uma certa umidade, que ela inclusive rói a semente do milho na espiga, ela come. Eu ainda disse: mas como, comendo na base da planta, rato não é… Porque a planta estava intacta, aí fomos ver era a lagarta que estava ali comendo a semente de milho”, conta. 

A orientação é ficar ainda mais atento, pois a lagarta pode estar comendo e o produtor nem perceber. Ele só verá o dano na hora que começar a colher e encontrar muitas espigas no chão, já que normalmente elas caem. E a produtividade, que já estava prejudicada por causa do clima, agora, pode ter resultado ainda pior.

“A gente fica preocupado, porque depois do milho estar pronto, seco, aparecer um negócio desse aí. Deve dar uns 10% de prejuízos só nela”, contabiliza Brancalione.

No entanto, não é só o aparecimento da lagarta que causa preocupação. O desaparecimento também! Os insetos não foram localizados na propriedade, a única coisa que dá para ver são os prejuízos deixados por eles.

“Essa é uma região que ficou mais de 50 dias sem uma gota d’água, com isso, enquanto ela tinha uma certa umidade no milho, ela estava ali, sobrevivendo, mas migrou para qualquer outro local que tenha unidade para ela continuar proliferando e se multiplicando. Vamos até observar umas áreas de milheto aqui no entorno, para ver se ela está atacando o milheto. Isso é novo para nós, precisamos do apoio da comunidade científica para ver o que fazer para nos livramos dessa praga”, solicita Lopes.

Soja

Apesar de não ter sido identificada ainda, a lagarta pode ser uma espécie que já vem sendo estudada pela Embrapa Cerrados, em parceria com a Fundação Rio Verde há três anos. Se os testes comprovarem que é o mesmo inseto, os produtores de soja vão ter que tomar ainda mais cuidado, já que ela possui características migratórias

“Aí que vai ser brabo, já pensou, comendo a soja seca também, derrubar a vagem da soja depois que está pronto e tudo. Vai ter que ficar de olho para ver se ela aparece, até achar um produto”, diz o produtor rural.

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