As exportações de leite em pó e derivados lácteos cresceram 62% em março em relação a fevereiro deste ano. Apesar da alta, o desempenho continua abaixo das importações, que ficaram praticamente estáveis frente ao mês anterior.
Segundo o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Glauco Carvalho, isso não deve se alterar no curto prazo. “A tendência é que continuemos exportando de US$ 5 milhões a US$ 6 milhões e importando mais forte, em torno de US$ 30 milhões”, diz.
O especialista afirma que a diferença no saldo comercial se dá pelo perfil da produção de lácteos do Brasil, que é direcionada ao mercado interno. “Temos uma demanda mais robusta, com uma grande população”, diz.
Assim, de acordo com Carvalho, o Brasil deve continuar exportando queijo, creme de leite e leite condensado para países como Argélia e Venezuela e recebendo queijo e leite em pó do Mercosul.
Quanto aos preços dos produtos em meio à pandemia de coronavírus, o pesquisador afirma que os preços praticados ao produtor giram em torno de R$ 1,44/R$ 1,45 na média Brasil, mas há dúvidas por conta da doença. Alguns derivados subiram, mas outros, como o queijo mussarela, caíram. “Nesta época, os preços geralmente sobem, mas nunca tivemos uma entressafra junto com pandemia”, diz.