A produção de leite de búfala no interior de São Paulo cresce a cada dia. Mas a demanda está maior do que a oferta. E uma pesquisa busca soluções de manejo para garantir mais leite no mercado.
O leite de búfala é uma alternativa ao de vaca na fabricação de produtos lácteos e tem agradado cada vez mais o paladar das pessoas. A região de Sarapuí, no interior de São Paulo, reúne 100 produtores de búfalos. São cerca de quatro mil animais, a maior parte para a produção leiteira.
“A produção cresceu aproximadamente 30% nos últimos três anos. Há cinco anos, o crescimento estava estável, parado. Devido a organização da cooperativa, o leite voltou a agregar valor e teve um crescimento”, afirma o presidente da Colaf, Lauziro Nunes Botti.
Mesmo com o consumo crescente, a produção é feita por pequenos criadores. Quase tudo feito na região vai para o Rio de Janeiro, só que a demanda é maior do que o crescimento.
A procura é maior do que a oferta, por isso uma propriedade local desenvolveu uma pesquisa para aumentar a produtividade de leite. O bezerro, assim que nasce, fica apenas um dia com a mãe e depois é separado. Ele recebe ração e em vez do leite In Natura bebe o pó de vaca. Assim, o leite que deveria ser destinado ao bezerro vai direto para comercialização.
Na fazenda responsável pela pesquisa, 75 búfalas produzem 740 litros de leite por dia. Os 67 bezerros que ali existem consomem quatro litros de leite, totalizando 268 litros por dia. Com o litro comercializado a R$ 2,40, a média é de R$ 643 por dia que o produtor deixa de faturar. Mas, com a implantação do leite em pó a um custo de R$ 1,36 por litro, o produtor tem lucro de R$ 278 por dia. O manejo diferenciado só é possível porque o diretor de agricultura de Sarapuí, Márcio José Ricardo Sturaro,
“Um ganho de peso muito significativo dos animais. Ainda é difícil saber que ainda não passou pela analise estatística o que vai dar mais resultado”, conta.
Mas ainda é preciso muito cuidado. Por se tratar de um novo método, existe risco de criar um animal com perda de nutrientes. Por isso, o manejo deve ser orientado por um médico veterinário.
“Tem risco sim. Se você, por exemplo, usar um leite em pó de má qualidade ao bezerro, se a base dele for de origem vegetal, se ele não tiver enzimas para digerir e se você usar uma reação com má qualidade, com certeza ele não vão atingir o crescimento desejado. Será um animal que vai produzir menos leite na vida adulta”, conta o médico veterinário Rodrigo Grandini Saraiva.
O experimento é feito com 24 animais, mas ainda é recente. O resultado final só fica pronto em quatro meses.