Apostando na possível abertura de mercado asiático, o setor leiteiro do Rio Grande do Sul quer reforçar a sanidade do rebanho. A ausência de doenças importantes, como tuberculose e brucelose, é fundamental para garantir a participação
Boa parte do leite produzido no estado vai para o Rio de Janeiro, São Paulo e outros mercados internos. Mas as indústrias gaúchas de laticínios querem ir mais longe. Com a abertura do mercado internacional, é preciso ter a certificação de que as propriedades estão isentas de doenças. “A exemplo de países como a Rússia, os mercados asiáticos que estão focando o Brasil, e o Rio Grande do Sul em especial, porque somos grandes produtores”, diz o vice-presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados (Sindilat), Raul Amaral.
O governo federal busca diminuir a incidência de doenças em bacias leiteiras por meio do programa Mais Leite Saudável, lançado em 2015. No Rio Grande do Sul, quase 20 mil produtores já foram atendidos na primeira fase.
Segundo o fiscal agropecuário Roberto Lucena, estão previstas mais de 3,5 mil certificações de propriedades como isentas de tuberculose e brucelose. Ele afirma que essa é uma questão muito delicada na atividade, e a responsabilidade de fazer os testes sempre ficou a cargo do produtor, o que está mudando com o programa.
A segunda fase do programa no estado quer ampliar o número de produtores e indústrias, que hoje abrange 51 laticínios. Lucena afirma que o Mais Leite Saudável está levando assistência técnica para melhorar a qualidade do leite e o gerenciamento das propriedades e proporcionar a adoção de boas práticas agropecuárias. “É voltado diretamente ao produtor rural, o que entendemos que seja o ponto mais positivo”, diz.