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Leite: produtor busca qualidade e novos mercados

Setor de lácteos investe em aumento de produtividade e redução de custos, desafios que foram discutidos no Quarto Fórum Itinerante do Leite

Fonte: João Henrique Bosco/Canal Rural

Aumentar a produtividade, reduzir os custos e passar de país importador a exportador. Os principais desafios da cadeira leiteira foram discutidos nesta quinta-feira, dia 1º, no Quarto Fórum Itinerante do Leite, realizado em Palmeira das Missões, no Rio Grande do Sul.

Se vencer os obstáculos é uma tarefa a ser vencida em curto prazo, a boa notícia é que a recuperação já começou: depois de dois anos sem crescimento, a produção deve aumentar em até 3% até o fim do ano. 

O evento reuniu 2,5 mil interessadas no futuro do setor que, só no Rio Grande do Sul, tem 84 mil produtores que forneceram a matéria prima para a indústria. Famílias que nos últimos anos reclama do desequilíbrio na cadeia. 

O secretário-geral da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag-RS), Pedrinho Signori, diz que a oscilação tem trazido insegurança ao produtor, que precisa investir em tecnologia. 

“Hoje tem equipamentos que ajudam, mas o produtor tem insegurança porque ele investe esperando receber uma quantia e chega lá na frente não recebe. Isso desestabiliza e deixa a cadeia insegura. Precisamos de um mecanismo para melhorar a segurança para o produtor”, conta. 

Nos últimos anos, a cadeia leiteira gaúcha, além de trabalhar para aumentar a produtividade no estado, que é o segundo maior produtor do Brasil, sofreu com operações que denunciaram fraudes na produção no transporte do leite. 

O presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Rio Grande do Sul (Sindilat), Alexandre Guerra, acredita que o trabalhador necessita produzir mais por animal para que o setor tenha condições de buscar igualdade no mercado internacional. 

“Os grandes importadores de leite do mundo são Rússia e China. Nós vamos ter que vender leite lá, se quisermos ser um país exportador. Mas nós vamos concorrer com países tradicionais, Nova Zelândia, União Europeia, Argentina, Uruguai. Isto requer debate, que se troquem ideias e se busque a profissionalização”, afirma Guerra. 

Já na outra ponta da balança, nos primeiros quatro meses de 2017, a importação de lácteos cresceu 20%. 

“Isso cria uma concorrência junto aos produtos internos, fazendo com que muitas vezes possa reduzir valores, mas, se nós monitoramos a importação fazendo com que a exportação cresça, vamos fazer ainda mais o setor nosso se desenvolver arranjando tudo aquilo que esperam os produtores, a indústria e as entidades ligadas ao segmento lácteo”, completa Guerra. 

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