Indústria e produtores de leite aguardam a abertura do mercado asiático para produtos lácteos brasileiros. A expectativa é que, se aprovada, a exportação comece já em 2017. China, Hong Kong e Tailândia estão na mira das lideranças do leite e do Ministério da Agricultura. O Sindilat (Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado do Rio Grande do Sul) acompanhou a comitiva do governo que foi ao continente asiático nesta semana. É a oportunidade para saber o que o consumidor de lá quer.
“A principal exigência do mercado internacional começa na questão de que o produto lácteo tem de ser pasteurizado. Isso não é problema para os estados da região Sul, pois todos já fazem seus derivados a partir da pasteurização. Outra exigência é o controle de tuberculose e brucelose. As indústrias hoje já têm nos seus registros os controles”, diz Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindilat-RS.
O produtor Marcos Souza de Freitas quer saber o que ganha com isso. Num primeiro momento, seria um dos que provavelmente aumentariam a produção para atender à nova demanda, já que os primeiros embarques estão previstos para o início de 2017. Hoje, o produtor de Santa Rosa (RS) tem 50 vacas jersey, mas já pensa em dobrar o plantel e a produção.
“Na verdade, seria mais um canal pra colocar o leite. No Rio Grande do Sul, várias plantas estão aumentando a capacidade de captação. E a gente aposta que tem muito espaço para o leite”, diz Freitas.
O representante do Sindilat lembra outra vantagem. Hoje, o produtor convive com preços que variam demais. Em um mês, consegue R$ 1,60 pelo litro. Depois, baixa tanto que chega a receber 80 centavos.
“Em termos de preço final, a busca desse mercado é justamente para que a gente consiga estar dentro de um parâmetro internacional de preço pago ao produtor”, afirma Palharini.
Carlos Hobold, produtor de Braço do Norte (SC) vai comemorar muito se puder contar com um preço mínimo claro e justo. Hoje, muitos fatores impactam na formação do valor, entre eles a entressafra e o excesso de oferta: “Eu acho que seria uma coisa muito boa porque a gente poderia ter uma certeza do que pode investir”.