O preço do leite pago ao produtor fechou junho com alta de 2,2% em relação ao mês anterior. Mesmo com o aumento, o cenário não é favorável para quem vive da atividade. No mês passado, os custos de produção do setor tiveram a maior alta do ano.
O último levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, apontou que a média do preço pago ao produtor, em junho, foi de R$ 0,95 o litro. Em 2014, o produtor brasileiro fechou o primeiro semestre recebendo em média R$ 1,15 por litro.
De acordo com analistas, em junho, o setor leiteiro no Brasil apresentou um aumento de 4% nos custos de produção, a maior alta mensal do ano. Por causa dos altos custos e dos preços atrativos da arroba, muitos produtores estão abatendo vacas, o que pode ter reflexos negativos na produção futura de leite.
O presidente da Associação dos Técnicos e Produtores de Leite de São Paulo, Marcello Campos Fulho, acredita que o abate de animais vai refletir no bolso do consumidor no ano que vem.
– Muita gente nesse segundo semestre vai mandar a vaca pro abate. Quem sobrevive do leite precisa fazer o caixa, e aí 2016 só vai tomar leite lácteo quem puder pagar um preço elevado – afirmou.
Para o segundo semestre deste ano, os analistas acreditam que o preço pago ao consumidor deve permanecer em alta até outubro, quando a indústria termina de abastecer os estoques.