O limão-taiti, variedade mais cultivada e vendida no Brasil, atingiu em agosto patamares tão elevados que assustaram o consumidor. Em agosto do ano passado, a caixa de 27 kg da variedade era comercializada na média nacional por cerca de R$ 28, e, no mês passado, atingiu R$ 58. E os especialistas garantem que o preço vai subir ainda mais até o final do ano.
Os produtores Antônio e Leandro Delgado, de Limeira (SP), explicam que houve redução na área da fruta, enxugando a oferta. Assim, tudo o que é retirado de seu pomar de cerca de 500 pés do taiti é vendido rapidamente e a preços bem atrativos.
Na entressafra do limão-taiti, que vai de junho a dezembro, é normal que os preços subam. Mas, neste ano, o período de alta foi antecipado em função da baixa oferta. A pesquisadora do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Esalq-USP) Fernanda Geraldini informa que as mudanças climáticas que têm afetado a agricultura acentuaram a redução da produção na entressafra da variedade.
Outro fator que tem influenciado a alta do preço do limão é a forte demanda registrada ao longo de 2016. Além da venda para a indústria, que utiliza a variedade para a produção de sucos e óleos essenciais, houve recorde de exportações da fruta no primeiro semestre do ano, principalmente para a Europa.
O mercado só deve receber maior volume de taiti em janeiro do ano que vem, quando a colheita se intensifica em Minas Gerais e São Paulo, principais estados produtores. Até lá, pode haver espaço para mais disparadas no preço.
Leandro Delgado acredita que o valor deve subir já nos próximos 30 dias, podendo posteriormente ultrapassar R$ 100 a caixa. A pesquisadora Fernanda Geraldini lembra que o preço atingiu esse patamar no ano passado, mas considera difícil prever se haverá novo recorde.