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Melancia: área de plantio cai, e preço deve subir

Produtor espera receber um mínimo de R$ 0,45 pelo quilo da fruta, que está em plena safra na Bahia, Rio Grande do Sul e São Paulo

Fonte: Pixabay

Dezembro é época da safra de melancia na Bahia, no Rio Grande do Sul e em São Paulo. Os estados tiveram redução de área cultivada, mas todos têm expectativa de boa produção.

Para saber se a fruta está no ponto de colheita, o produtor Olívio Antônio Polizel bate na melancia. “Quando o som é que nem o de um pandeiro meio frouxo, ela tá meio solta dentro. Mas ela tá batendo firme e tá enchendo bem de água por causa das chuvas”, diz ele.

As frutas estão bonitas, mas ainda faltam uns dias para a colheita. E, se chover demais daqui pra frente, isso pode prejudicar a qualidade das frutas, caso apareça alguma doença na plantação.

“Tem uma doença, que a gente chama de ‘betô’. Ela se instala na lavoura por excesso de umidade. A gente usa fungicidas preventivamente. Mas, se ela entrar, o que não é difícil com a umidade, aí não tem jeito. Vai parte da lavoura embora”, conta o produtor.

Essa doença é a antracnose, que causa manchas na casca e pode levar à podridão da fruta. Mas, se nada prejudicar a qualidade, o produtor espera por bons preços: “Se pegar em torno de R$ 0,45 a R$ 0,50, já é um bom preço para saldar as contas”, diz Polizel.

Com a entrada da safra, o valor da melancia tende a cair. Mas, desta vez, a oferta deve ser um pouco menor, o que pode sustentar a remuneração do agricultor.

“A área reduziu na Bahia, no Rio Grande do Sul e na região de São Paulo também. Em fevereiro, vai concentrar a safra da Bahia, o que pode pressionar um pouco o mercado”, diz Letícia Julião, pesquisadora do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).

Melancias colhidas com cerca de doze quilos abastecem o mercado interno e são produzidas em várias regiões, do Rio Grande do Sul à Bahia. “A produção que vai para o mercado externo fica no Rio Grande do Norte e Ceará, as mesmas regiões produtoras de melão. E as outras melancias que ficam no mercado interno são bem distribuídas pelo Brasil”, afirma a pesquisadora.

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