Mais de R$ 50 bilhões devem ser investidos no segmento de celulose no país até 2020 segundo estimativa da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá). Apesar da crise econômica, o crescimento deve se manter mesmo em tempos de crise já que o Brasil exporta mais de 90% da produção de celulose e se beneficia da alta do dólar.
No ano passado, os embarques cresceram 8,8% e atingiram 10,6 milhões de toneladas e de janeiro a junho o volume de exportações aumentou 5,3% em relação ao mesmo período do ano passado.
–Essa valorização do câmbio nos permite recompor a receita que antes estava prejudicada ou por um câmbio muito baixo ou em determinada fase, recentemente, era uma câmbio melhorado mas uma inflação crescente, quando a inflação disparou ai você anula o efeito câmbio imediatamente, esse é um ano de recompor receitas– disse Elisabeth Carvalhaes, presidente-executiva da Ibá.
Ela também afirmou que o Brasil ocupa os lugares deixados por outros países, já que tem árvores mais produtivas que geram menos custos na hora da fabricação de celulose.
–Quando você tem uma árvore qualificada, fruto de investimento tecnológico, cada vez mais madeira, não fazendo a expansão florestal, porque cada vez você aumenta a produtividade–ressaltou.
O último levantamento mostra que o Brasil tem 7,7 milhões de hectares de florestas plantadas, quase 70 milhões de metros cúbicos de madeira in natura vão para as indústrias de papel e celulose, o que representa 37% da produção total.
A maioria das empresas do ramo está no Sul e Sudeste mas os olhos do setor estão voltados para o Mato Grosso do Sul, que tem dado incentivos fiscais para implantação e ampliação de indústrias de celulose. No município de Três Lagoas, vão ser construídas duas novas fábricas. Em breve o estado deverá fornecer 80% da celulose brasileira destinada ao mercado externo. A Eldorado Celulose iniciou as obras da segunda linha de fabricação.
–Vai ser o maior complexo de produção de celulose do mundo. Então isso mostra a importância desse investimento, nós vamos investir R$ 8 bilhões só na parte industrial. Se nós colocarmos a parte de floresta, mais logística, compra de locomotivas, de vagões, deve chegar em torno de R$ 10 bilhões no projeto total. Nós estamos prevendo a criação de 20 mil empregos diretos e indiretos, e isso vai trazer benefícios importantes para o município de Três Lagoas, para o Mato Grosso do Sul.
O mercado descarta a possibilidade de oferta exagerada, o que poderia causar queda no preço da celulose. Apesar da diminuição do uso de papéis para impressão, a demanda por embalagens e papéis sanitários continua firme. Além disso, a Indústria Brasileira de Árvores acredita que os investimentos no setor vão aumentar inclusive para o desenvolvimento de novo produtos, como o etanol celulósico, por exemplo.