Mercado de rãs dá salto de 30% ao ano no Rio Grande do Sul

Criador que está praticamente sozinho nesse setor no estado garante que toda a produção é vendida com facilidade

Fonte: Pixabay/divulgação

A crise econômica não parece ter afetado o consumo de um mercado muito específico no Rio Grande do Sul: o de carne de rãs. Um criador de Imbé, no litoral gaúcho, afirma que a procura vem crescendo cerca de 30% ao ano, o que o levou a ampliar o número de tanques de engorda.

A empresa de Jorge Zimmer, a Ranasul, está praticamente sozinha no mercado gaúcho. O restante dos animais consumidos no estado é obtido basicamente através da caça na natureza. 

Segundo o criador, a maioria dos compradores da empresa foi indicada por clientes antigos, que fazem propagando boca a boca do negócio. 

O quilo da carne de rã custa R$ 55. Com as vendas aquecidas, a Ranasul ampliou a produção, passando de 60 para 110 tanques de engorda, e o volume de abates. O proprietário da empresa afirma que é os negócios precisam crescer de forma controlada e com qualidade. “Não podemos fzer loucura. Mas tudo o que engordo, o que tenho de rã pronta, abatida, eu vendo”, assegura Zimmer.

Cada desova da rã-touro – a espécie utilizada comercialmente – produz de 5 mil a 15 mil girinos. O processo de desenvolvimento até se tornarem adultos leva cerca de seis meses. Nos tanques de engorda, os animais permanecem por quatro meses, até serem abatidos.

Zimmer afirma que a água dos tanques deve ser limpa e tratada, e a ração precisa ser sempre renovada. Outro cuidado é não misturar rãs de tamanhos diferentes no mesmo local, pois pode haver canibalização.

Biólogo da secretaria municipal do Meio Ambiente e Pesca de Imbé, Pedro Terra Leite explica que o clima brasileiro é favorável à atividade, mesmo no Rio Grande do Sul. “Tanto é que o Brasil é hoje o principal país em biodiversidade de anfíbios, porque nós temos esses ambientes que favorecem o crescimento e a reprodução”, afirma.