Mesmo com crise, indústria de insumos quer crescer 10% em 2016

Com reforço da relação entre tecnologia e produtividade, além de qualificação dos distribuidores, setor espera encerrar o ano com recuperação  

Fonte: Pixabay/Divulgação

A indústria de insumos aposta em tecnologia para crescer 10% em 2016. Essa é a tônica dos participantes do 6º Congresso Andav – Fórum & Exposição, que começou nesta segunda-feira, dia 15, em São Paulo. No evento, promovido pela Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários (Andav), os participantes da cadeia afirmaram que o setor foi durante afetado pela crise econômica, mas reagiu e agora aposta em crescimento.

De acordo com o presidente-executivo da Andav, Henrique Mazotini, apesar de todas as questões políticas que têm chacoalhado o país, o agricultor estaria mantendo a intenção de plantio, procurando atingir maior produtividade. Isso seria traduzido pelo volume de fertilizantes e sementes já comercializados no primeiro semestre. “Nós temos alguns casos de variedades de sementes que já estão em falta”, diz Mazotini.

Além de reforçar a importância da relação entre tecnologia e produtividade na cadeia, a indústria de insumos quer também qualificar os distribuidores. Por essa razão, a edição deste ano do evento conta com uma sala onde os visitantes podem assistir a palestras sobre as principais dificuldades na hora de negociar fertilizantes e defensivos.

O economista da Agrometrika Felipe Prince Silva falou sobre gestão de risco de crédito entre os distribuidores, modalidade que oferta um terço do volume de recursos usado todos os anos pelo agronegócio brasileiro. 

“A boa gestão tende a favorecer tanto os produtores rurais – que vão conseguir taxas mais baixas de juros e preços menores – quanto os próprios distribuidores, que vão ter mais confiança nessa relação, que é tão importante paro o crescimento do agronegócio”, diz.

O distribuidor de insumos Milton Hiwatashi, de Porto Alegre (RS), atua no segmento há dez anos e se interessou pela discussão sobre crédito. Ele afirma que, em geral, quem trabalha em revendas são técnicos e agrônomos, que não estão habituados à educação financeira. “Essa orientação é muito importante para determinar o limite que a gente pode dar a cada produtor”, afirma.

Novidades

Empresas de diversos estados e países levaram à exposição em São Paulo o que há de mais moderno e seguro na agroindústria mundial. Para o combate à ferrugem da soja, por exemplo, a multinacional Basf mostrou no evento uma mistura tripla de princípios ativos para prevenir a doença e aumentar a produtividade.

O novo fungicida teria capacidade de levar o produtor a atingir maiores níveis de produtividade. Segundo o gerente de Marketing da Basf, Mario Lavacca, nos campos demonstrativos que a empresa montou pelo país, em média, o uso da nova tecnologia teria proporcionado colheitas de 3 sacas a mais por área.

Já a Arysta aproveitou o início da temporada de compras para a próxima safra para apresentar uma nova formulação, o Rancona. A tecnologia promete eficiência no tratamento de sementes, prevenção dos principais fungos do solo e fortalecimento da raiz. De acordo com o gerente nacional de vendas da empresa, Caio Giusti, a Arysta entende que o tratamento de sementes é a base de todo o processo produtivo.

“Reduzindo-se esse uso, provavelmente, vai haver redução de produtividade. O Rancona vem para inovar, e fazer uma mudança muito grande nesse cenário”, afirma Giusti.