A comercialização da safra 2020/2021 de milho segue em ritmo lento em Mato Grosso. As vendas antecipadas e as incertezas provocadas pelas condições climáticas no estado são os motivos para a morosidade nas negociações.
O agricultor Ary Ferrari, por exemplo, terminou o plantio de 2.200 hectares de milho na propriedade em Primavera do Leste no dia 3 de março. De lá para cá, o milharal só recebeu chuva em três ocasiões, com volume entre 13 e 14 milímetros e, nas áreas mais prejudicadas pela seca, a baixa umidade ameaça a produtividade da plantação.
“Eu acho que esse ano vai ter talhão de 140 e outros com 50 sacas por hectare, além dos últimos que, sem a chuva, não vai passar nem a colheitadeira. Mas, a esperança é a última que morre e eu ainda tenho esperança que dê uma chuvinha para dar uma ajudada no final”, falou.
Para minimizar os custos, o agricultor negociou antecipadamente cerca de 40 mil sacas de milho a preços bem abaixo das ofertas atuais. A aposta, agora, é aproveitar o bom momento do cereal no mercado para recuperar o caixa, mas a baixa oferta de água trouxe incertezas e cautela na programação. “Até colher, a gente não vende mais não, porque não sabe o que vai dar. O que nós vendemos foi para pagar a semente, mas foi vendido a R$ 33 reais e, hoje, estaria em R$ 70. Se baixar, deixe que baixe, não tem o que fazer, melhor esperar.”
No município de Querência, também tem produtor preocupado com os prejuízos estimados nas plantações por causa da estiagem. “Nos últimos dias, com essa falta de chuva, as situações só se intensificaram. Tínhamos uma estimativa de quebra de até 30% , hoje, pode se dizer que temos algumas lavouras que podem chegar a 40,50 ou até 60% aqui na nossa região” , disse o produtor Adelir Peter