Se depender de rentabilidade e possibilidade de conquistar mercados, as mini-hortaliças e minilegumes são opção a ser considerada. Esses produtos têm altíssimo valor agregado e atendem a uma clientela refinada. A nossa equipe visitou uma fazenda que faz este tipo de produção no interior de São Paulo.
As folhas e os legumes têm cerca de dez centímetros de comprimento ou de diâmetro. Pequenos tamanhos, grandes preços. Os miniprodutos valem muitas vezes mais que os de tamanho convencional. A minicenoura é vendida por R$ 38, e a alface, por R$ 70 o quilo. O assessor de diretoria da Fazenda Maria, Marcos Tavares, conta que o preço compensa a produtividade menor por causa do tamanho reduzido.
“A gente chama inclusive de precoce, porque acabamos colhendo antes do tempo, de acordo com a necessidade do cliente. Isso aumenta um pouco o custo da produção, mas a gente tem um valor agregado bacana. Vale a pena atender a esse público que nós temos hoje”, diz.
Os legumes são colhidos com cerca de 40 dias, quando o comum seria colher com até 70 dias. Para as folhas, a colheita também é antecipada. A alface sai da horta com aproximadamente 20 dias, enquanto o ciclo normal pode chegar a 40. Na propriedade, que fica em Tatuí, no interior de São Paulo, é feito o cultivo sem o uso de herbicidas e de adubos químicos.
As minicenouras são o carro chefe da produção. Elas fazem sucesso com os chefs de cozinha. Para chegar a este resultado, a fazenda precisou de cinco anos de trabalho.
“Nosso foco maior hoje em dia é a alta gastronomia. Os chefs de cozinha, principalmente os internacionais, que trazem essa tendência europeia. Aqui no Brasil não é muito comum, mas as pessoas estão buscando mais produtos assim, no padrão mini”, afirma Tavares.
A empresa que produz e comercializa os minilegumes e hortaliças pretende aumentar e diversificar a oferta nos próximos anos. Atualmente, a produção chega a 400 quilos de alface e uma tonelada de legumes por mês. Tavares diz que um dos objetivos é fazer o minimilho. A expectativa é de crescimento deste mercado.
“Com certeza vai continuar crescendo, porque as pessoas têm uma tendência mais gourmet hoje. E têm buscado cada vez mais pequenos produtores, para incentivar o nosso trabalho de formiguinha, de pouco a pouco”, diz Tavares.