Já está valendo a decisão do governo federal que extinguiu o Departamento de Desenvolvimento Agropecuário da Região do Matopiba, que fazia parte do Ministério da Agricultura (Mapa). A repartição foi criada pela ex-ministra Kátia Abreu, senadora federal por Tocantins, um dos estados que compõem a fronteira agrícola, formada também por áreas do Maranhão, do Piauí e da Bahia. A decisão inclui também Maranhão, Piauí e Bahia. A medida divide opiniões no setor produtivo.
O secretário de Política Agrícola do ministério, Neri Geller, defende a extinção do departamento. Ele afirma que a política da pasta é de regionalização, mas não deve haver “politicagem”. “Não podemos trabalhar especificamente com um estado ou dois”, disse.
Kátia Abreu acredita que o Matopiba mereceria atenção especial do governo, uam vez que seria a “última fronteira agrícola brasileira”. “Com a região, o Brasil dará exemplo de agropecuária organizada sob uma nova lógica de desenvolvimento, baseada em carbono zero e inclusão de pequenos e médios produtores”, disse a senadora, ao lamentar o fim da agência.
Para o presidente da Associação dos produtores de Soja do Tocantins (Aprosoja-TO), Ruben Ritter, aprova a medida do governo. Ele afirma que, em lugar da agência, teria proposto que fosse criado um consórcio entre os estados que compõem o Matopiba. “Os governadores e as bancadas dos estados se articulariam para buscar investimentos necessários (para desenvolver a região), sem custo de locação de prédio e de servidores”, disse.
O fim do departamento, no entanto, foi criticado pelo presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Tocantins, Paulo Carneiro. Ele acredita que a medida será negativa para o estado e para toda a região, desestimulando empresários a investir. Carneiro ainda lamenta a saída de Kátia Abreu do Mapa. “No ano e quatro meses que esteve à frente do ministério, ela lutou para criar e trazer divisas para o Matopiba”, afirmou.