O Ministério da Agricultura solicitou ao Ministério da Economia a nomeação e contratação de 140 médicos veterinários, já aprovados em concurso público realizado em 2017. De acordo com o secretário de Defesa Agropecuária, José Guilherme Leal, a chamada desses profissionais se faz necessária por conta do déficit de fiscais atuantes em postos de certificação, postos de comércio exterior e, principalmente, em frigoríficos.
“Já vimos que nosso sistema é muito apertado. Muitos funcionários se aposentaram nos últimos anos e não tiveram os cargos preenchidos. Com a demanda de serviços de abastecimento por conta do coronavírus, essa necessidade [de fiscais] ficou maior”, aponta Leal.
Para evitar problemas na manutenção de atividades essenciais, o secretário explica que o ministério tem realocado servidores de outras áreas. Com isso, serviços, como auditorias e fiscalizações de insumos, tem sido postergados. “No setor de proteína animal, a gente teve aumento de vendas. O comércio exterior segue fluindo bem. É preciso dar essas garantias de certificação sanitária e fitossanitária pra garantir o fluxo do comércio”, complementa.
Mesmo com os remanejamentos, os servidores tem trabalhado intensamente para acompanhar o ritmo produtivo das indústrias de alimentos e para evitar o desabastecimento em meio à crise da pandemia. O secretário comenta que os bancos de horas dos funcionários públicos estão crescendo e não devem ser abatidos tão cedo. Diante deste cenário, o ministério ainda precisará estender o prazo acordado para que esses servidores façam as compensações por meio de folgas.
Mas o ministério não está com falta de fiscais apenas na área animal. Exportações agrícolas, de frutas e grãos, também tiveram crescimento nos últimos meses e revelaram a falta de engenheiros agrônomos. No pedido, a pasta da Agricultura ainda solicitou a realização de um novo concurso público para contratar 150 profissionais com essa formação, além de agentes de atividades agropecuárias, químicos, farmacêuticos e zootecnistas.