O Brasil deve moer na safra 2018/2019 o menor volume de cana dos últimos cinco anos, segundo informações da Datagro, totalizando 577 milhões de toneladas na temporada. A safra deve ser mais alcooleira no Centro-Sul, com produção de 26 bilhões de litros de etanol. Com preço baixo, a produção de açúcar deve chegar a 31 milhões de toneladas.
Diretor comercial Atvos, Guilherme Chacon diz que tudo indica que o setor comece a safra com estoques mais justos do que no ano passado. Além disso, há uma recuperação na demanda, devido à melhora na economia brasileira. “Existe uma boa chance da demanda ser maior do que nós vimos nos anos anteriores, mas, ao mesmo tempo, a oferta deve crescer com reversão de mix do açúcar para o etanol”, esclarece.
A cidade de Ribeirão Preto (SP) recebeu a Abertura da Safra de Cana 2018/2019, que contou com a presença de representantes das usinas, produtores, fornecedores e lideranças políticas. O evento trouxe discussões sobre tecnologias, financiamentos, energia, meio ambiente e, principalmente, mercado mundial.
Chacon explica que tem sido observado um aumento crescente da produção do mercado de etanol derivado do milho. A demanda por esse combustível nos Estados Unidos não cresce e eles têm construído um estoque significante desde a última safra.
“Um pouco do nosso mapeamento está onde e qual destino terá esse etanol americano nos próximos anos. A gente tem visto o movimento de países, como a China aumentando a importação, fazendo com que o excedente tenha, basicamente, como destino o Brasil. Acho que é um ponto de atenção principalmente para essa próxima safra que nós vamos começar agora”, explica o diretor da Atvos.
O setor sucroalcooleiro aguardava pela publicação do decreto que regulamenta a lei da Política Nacional de Biocombustíveis, o Renovabio. O texto final dependia apenas da assinatura do presidente Michel Temer, o que foi feito na quarta-feira, dia 14.
O presidente da Datagro, Plínio Nastari, afirma que o programa trará um aumento na eficiência da produção e do uso de biocombustíveis. O que também acarretará em ganhos para os consumidores. “É um programa muito certeiro para toda sociedade, porque existe um estoque muito grande de inovações prontas para serem implementadas e estamos esperando um norte, uma orientação, para viabilizar investimentos na sua implementação. Isso vai resultar em redução do preço para o consumidor”, diz.