Produtores de milho de Mato Grosso estão recorrendo ao uso de silos-bolsa para evitar um apagão logístico na região em decorrência da polêmica envolvendo o tabelamento do frete. Com duas safras seguidas com boa produtividade, os armazéns estão lotados e há uma dificuldade em efetuar o escoamento.
A colheita do milho segunda safra está praticamente encerrada no estado. Em Sorriso, maior município produtor na região, o desempenho foi satisfatório. O tempo ajudou e a produtividade média das lavouras ficou em 113 sacas por hectare, de acordo com o sindicato rural.
Com isso, a preocupação continua sendo com a armazenagem. “Temos um déficit de 20% na armazenagem do município de Sorriso. O que nos favorece é o número de caminhões que temos, que podem ser carregados durante a noite para tirar o produto do armazém no dia seguinte”, disse o presidente do Sindicato Rural de Sorriso, Luimar Luiz Gemi.
Ainda segundo ele, há um atraso no escoamento da safra e, para evitar um problema ainda maior, muitos agricultores têm buscado a alternativa do silo-bolsa, que consiste de uma lona de polietileno que protege os grãos contra o sol, chuvas e outras interferências do tempo.
O bolsão pode ter até 60 metros de comprimento, com capacidade de armazenar cerca de 3 mil sacas de milho, o equivalente a 18 toneladas. “É uma alternativa válida e uma facilidade que vem para ajudar o produtor”, completou.
O produtor rural Antônio Prestes já fez uso dos silos-bolsa há seis anos e, segundo ele, a lona é a alternativa mais viável para o armazém construído na fazenda. A unidade, que tem capacidade para 230 mil sacos, no entanto, não é suficiente para guardar todos os grãos produzidos nos 3 mil hectares cultivados da propriedade.
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“Eu tinha silo-bolsa guardado, mas tive que comprar mais uma quantia para conseguir armazenar todo o milho e esse ano eu comprei mais 16 silos-bolsa e, se precisar, eu vou comprar mais. Com isso, armazeno a minha lavoura e o custo fica interessante, já que está em torno de R$ 0,50 por saca”, disse o produtor.
A procura pelos silos-bolsa tem aquecido o mercado e uma empresa especializada no produto comemora os resultados. “Temos um volume na faixa de 15 mil bolsas neste ano, que foi atípico por causa da greve dos caminhoneiros. O produtor está procurando muito os silos-bolsa para estocar o produto na lavoura e acaba sendo vantajoso por causa do custo menor”, falou o gerente de vendas Fábio Raiser.
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