O zoneamento agrícola de risco climático deve ser atualizado ainda neste ano e pode flexibilizar os períodos indicados para o plantio de safras. A ideia é que produtores não percam benefícios do seguro rural quando tiverem quebra na produção.
Atualmente, o instrumento determina a data limite para o plantio de 40 culturas, com base em estudos que indicam o período ideal para obter, pelo menos, 80% de sucesso na produtividade da safra. A orientação é utilizada como regra pelas instituições que operam seguro rural no país; quem planta fora do prazo perde os benefícios.
O setor produtivo propõe uma flexibilização de datas, que incluam outros níveis de risco, variando entre 50% e 80%. Para o presidente da Câmara Setorial da Soja, Glauber Silveira, o seguro pode até ficar mais barato, uma vez que aqueles que tiverem menos riscos tendem a pagar um prêmio menor.
As propostas de atualização do zoneamento vão ser encaminhadas pela Câmara Setorial ao ministro da Agricultura, Blairo Maggi, que já demonstrou apoio ao setor produtivo. A expectativa é que as novas regras passem a valer para as próximas safras de trigo e milho, que vão ser plantadas em 2017.
O pesquisador Aryeverton Oliveira, da Embrapa Informática Agropecuária, entidade responsável pelos estudos que baseiam o zoneamento agrícola, explica que, para que o instrumento forneça informações mais precisas de risco climático é preciso aumentar o número de estações meteorológicas no país. Segundo ele, isso vai auxiliar o desenvolvimento das pesquisas e dar maior qualidade aos resultados.