Acelerar a transição energética do planeta para energias renováveis foi o tema mais debatido na COP26 nesta quinta-feira (4). O Dia da Energia reuniu governos, empresas, investidores e organizações do mundo todo para que se busquem formas de realizar essa transição o quanto antes e manter o aquecimento global limitado a 1,5 °C.
A Itaipu Binacional, segunda maior hidrelétrica do mundo, apresentou para o público internacional em Glasgow as medidas de enfrentamento de mudanças climáticas adotadas em evento promovido pelo Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU.
“Nós temos uma infraestrutura verde produzindo água. Os produtores rurais são nossos parceiros, então a educação ambiental fez parte desse processo e hoje conseguimos que 18% da água de Itaipu venha da produção regional. Nós fazemos um processo de gestão de bacias hidrográficas, onde nós envolvemos os produtores rurais e prefeituras”, informa o superintendente de Gestão Ambiental da Itaipu, Ariel Scheffer.
A agenda oficial da COP26 falou da necessidade e da urgência do fim do poder do carvão como fonte energética. O assunto energia também foi debatido pela sociedade civil presente na conferência. “Nos últimos 20 anos, o potencial de geração de energia hidrelétrica no Brasil vem se esgotando. Com o aumento da demanda por energia elétrica, decorrente do desenvolvimento econômico, o país acabou recorrendo a fontes de energia termelétricas, que queimam combustíveis fósseis. No entanto, o Brasil tem um potencial de geração de energia renovável ainda muito grande e inexplorado, infinita, oriunda da energia solar e eólica”, afirma Davi Tsai, coordenador de projetos do Instituto de Energia e Meio Ambiente.
De acordo com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, o país tem uma das matrizes de energia e elétrica mais limpas do planeta. “E o Brasil pode, sim, contribuir muito para a transição energética mundial, por meio de cooperação com outros países e apresentando as suas políticas públicas nesse setor”, sustenta.
Para ajudar o Brasil no cumprimento de suas metas climáticas determinadas no Acordo de Paris em 2015, existe uma delegação de negociadores. O chefe da delegação do Itamaraty, embaixador Paulino Franco, lembra que uma decisão dessas só é tomada se todos os países estiverem de acordo.
“Daí a necessidade de negociações prolongadas, que tomam tempo. Há grupos menores que tratam de temas específicos, que depois são sintetizados num relatório final, que deve ser submetido aos países. É um processo democrático, lento por definição; se fosse simples, a decisão seria tomada em um dia, por uma única pessoa. Mas não é simples. O grande exercício democrático é chegar ao entendimento de todos os países”, afirma Franco.