O excesso de chuvas prejudicou a colheita da safra de feijão carioca do município de Campos de Júlio, Mato Grosso. Com isso, produtores estão relatando prejuízos milionários, além do atraso na janela de plantio do milho segunda safra.
A área cultivada com feijão em Campos de Júlio nessa safra chegou a 2 mil hectares, segundo dados do Sindicato Rural do município. O problema é que quase metade da produção foi perdida por causa do excesso de chuvas. “Dez dias seguidos com tempo nublado ou chovendo, com até 400 milímetros acumulados. Algo fora do normal”, diz Alfredo Felipe Tomé, vice presidente do sindicato rural do município. “Acredito que 40% da colheita será perdida.”
O produtor Valério Valentim Barraquini ainda está atordoado com os prejuízos causados por este excesso de chuvas. “Acredito que uma perda na casa de um R$ 1,2 milhão, juntando o custo de produção e mais o que conseguiria com a venda do produto. Agora vou colher para ver se dá para aproveitar este grão para ração ou outra coisa”, afirma Barraquini.
Ele cobra agora medidas assistenciais do governo brasileiro, que não possui nenhum seguro que auxilie o setor nestes casos. “Aí entraria o apoio ao produtor rural, que vemos em outros países, como um seguro que cubra estas perdas causadas pelo clima. No Brasil, infelizmente, o seguro do produtor é o bolso dele. Gostamos da atividade, mesmo porque somos apenas desta cultura, não temos outro conhecimento e temos que ficar apostando e contando com a sorte”, diz Barraquini.
Já o agricultor Artur Serafini Volpato só não teve um prejuízo maior porque contou com apoio para uma força tarefa na colheita. Mesmo assim as perdas foram grandes. “Conseguimos colher metade de nossa área, e perdemos os outros 40 hectares. Ficaram apenas os custos para pagar, uns R$ 3 mil por hectare. Isso sem falar no atraso que isso gerou no plantio da segunda safra de milho safrinha”, diz Volpato.