Navios no porto de Miritituba, no Pará, aguardam caminhões presos na BR-163

Terminais estão vazios à espera de grãos, mesmo com melhora do fluxo de veículos na rodovia 

Fonte: Canal Rural

O porto de Miritituba, no município de Itaituba (PA), está vazio à espera da chegada de caminhões desde o início da paralisação do tráfego na rodovia BR-163. O fluxo de veículos tem melhorado com obras emergenciais efetuadas na estrada, mas o movimento está muito distante dos níveis normais.

O retroporto, estacionamento de espera de caminhões até o descarregamento nos terminais, abriga comumente de 40 a 50 caminhões por dia. Ultimamente, no entanto, o número diário não tem chegado a cinco veículos.  
Nos terminais públicos e de empresas privadas, a situação é a mesma: nenhuma movimentação de entrada ou saída de caminhões. Segundo a administração portuária, nesta época de safra, o movimento chega a ser de 100 carretas por dia. Nos últimos 20 dias, porém, apenas 20 caminhões conseguiram desembarcar, o que é insuficiente para encher as barcaças. 

A expectativa da empreiteira LCM, responsável pela recuperação do trecho sem pavimentação da BR-163, é que o cenário mude na próxima semana. De acordo com o gerente Fábio Moreira de Souza, os trabalhos estão sendo feitos durante o dia e à noite para sejam completados entre seis e oito dias. “O tráfego já está normal, mas não está muito rápido porque tem lugares em que a pista ainda está estreita, e estamos alargando”, afirma Souza.

Enquanto segue a recuperação da rodovia, o Exército faz o controle do tráfego. O leito da BR-163 está praticamente recuperado, e os atoleiros foram cobertos por cascalho. Os caminhoneiros tentam agora compensar o tempo perdido.

Nelson Fatori, por exemplo, passou duas vezes pela região nesse período de caos logístico. Na primeira vez, levou 17 dias para passar pelos atoleiros. Desta vez, afirma que levou de 15 a 20 minutos para percorrer um trecho de 10 quilômetros da estrada. Além do tempo gasto, Fatori se queixa de pneus e molas perdidos ao atravessar a “buraqueira” da BR-163. 

“Precisa de muitas melhoras, mas já está bem boa a estrada, sequinha e bem cascalhada. Viemos em um percurso chuvoso, mas sem dar nenhuma patinada. Agora o negócio é cumprir as promessas e realizar o asfaltamento, que é um sonho nosso”, conta o caminhoneiro.