A China está preocupada com o surgimento de novas cepas da peste suína africana, doença que dizimou 60% dos rebanhos chineses nos últimos três anos. A recuperação do plantel deve ser mais lenta do que se imaginava e pode impactar o mercado internacional de grãos e de proteína animal. O Rabobank rebaixou a previsão de crescimento na produção da carne suína da China neste ano de 15% para 10% no máximo, devido às novas cepas.
De acordo com o comentarista do Canal Rural Benedito Rosa, os impactos desse cenário devem ser gigantes. “A carne suína é um componente muito importante na cesta de alimentação dos chineses. Só a China produz anualmente 51 milhões de toneladas, mas com a peste suína, a produção caiu 20% em 2019 e 23% em 2020”, relata.
Para 2021, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) projetava um aumento de 10% na exportação, mas com a volta da doença na China, a projeção pode aumentar ainda mais. “A China não está conseguindo repor o seu estoque no prazo previsto, então terá que comprar mais”, completa.
Mas a peste suína africana não é o único problema para o setor de proteínas. O preço do milho e da soja subiu em todo o mercado mundial, impactando nos custos de produção. “Não apenas os chineses, mas o mundo todo está tentando encontrar alternativas para produzir outros grãos e, consequentemente, baixar os custos da ração”, finaliza.