O Ministério da Economia deve lançar, por meio de um decreto, um novo tipo de cédula de produto rural: a CPR Verde. Esse título, que já é utilizado para financiar safras, passaria a também financiar áreas de preservação ambiental. De acordo com o ministério, essa nova possibilidade de pagamentos por serviços ambientais não excluiria do produtor rural a oportunidade de produzir alimentos na área ocupada por florestas.
O comentarista Miguel Daoud explicou a diferença entre as formas de compensação de carbono. “Esse caso específico do Brasil é uma lei aprovada no Congresso para remunerar os produtores com área de preservação. Como o governo não tem dinheiro, o ministério cria um mecanismo para que as entidades privadas banquem as áreas preservadas. A intenção da empresa que compra é para fazer uma compensação ambiental na atividade dela. Ele compensa o que está emitindo com esse carbono sequestrado pelo produtor rural, que mantém a floresta de pé”, disse.
No entanto, continua Daoud, “não é tão simples, pois precisa de critérios para saber quanto irá sequestrar, quanto vai emitir. A preocupação que temos que ter é que a preservação não é comércio e sim conscientização. Se transformarmos isso em negócio, não dá certo”, completou.