O consumo de carne ovina vem crescendo ano a ano, mas os produtores enfrentam alguns problemas. Apesar da concorrência menor, a falta de regularidade da oferta ainda é um grande desafio para o setor.
As importações do nosso principal concorrente na produção de ovinos, o Uruguai, vem perdendo fôlego e dados da Secretaria de Comércio Exterior mostram que, em 2017, o Brasil comprou 6,5 mil toneladas de carne de ovelha, 5% a menos que em 2016.
“Nós acreditamos que com o intervalo de tempo médio a gente consiga fazer com que o nosso consumidor mude o padrão de consumo, ou seja, que eu tenha um consumidor pedindo por uma carne de cordeiro, produzida em um sistema que atenda a sua expectativa e que obviamente essa importação venha ano a ano diminuindo”, ressaltou o zootecnista Luciano Polanquini.
Para atender o mercado e aumentar a produção de ovinos, o produtor investe no melhoramento genético. O resultado são animais abatidos mais precocemente, com a qualidade da carne ainda melhor. “Temos animais com até 40 quilos com aproximadamente cinco meses. É isso que o mercado realmente prefere, algo para quem tem o paladar mais adequado”, disse o produtor de ovinos Eli Alves.
O criatório do eli fica em Itapetininga, no interior de São Paulo, onde ele cria cerca de 800 cabeças. “Esses animais são levados a campo para o cruzamento com as matrizes meio sangue, ou seja, de duas raças diferentes. Nesse cruzamento, nós temos um aproveitamento de carcaça e de qualidade de carne muito significativa”, falou.
A qualidade é que garante boa remuneração e o cordeiro vivo no estado de São Paulo é o mais valorizado, seguido por Mato Grosso, Paraná, Bahia, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Ceará.
Para garantir mais mercados e melhores preços, o setor quer garantir a procedência da carne, evitando abates clandestinos. “É algo que é muito comum para o pequeno ruminante. Então, é mais fácil você abater uma ovelha numa propriedade rural e comercializar. Essa atitude de abater no pau, infelizmente, é cultural no Brasil e nisso acaba-se expondo a carcaça a um monte de contaminante e gerando problemas”, disse Luciano.
Nossa preocupação, e esperamos que o governo se preocupe também, é no sentido de termos uma identificação da carne, com uma etiqueta que possa trazer a data de nascimento e data de abate do animal. Com isso, teríamos a condição de fornecer ao consumidor a possibilidade de selecionar melhor o produto que ele quer comer”, finalizou Eli.