O produtor Amauri Bataglini terminou no final de novembro a semeadura dos seus 2.100 hectares. Quase um mês de atraso. Em metade da área, o produtor optou por variedades mais precoces, que se desenvolvem em até 110 dias. A produtividade de 64 sacas por hectare que conseguiu na última safra foi fator decisivo para a escolha dele.
– Nós optamos pela precocidade por ela estar menos tempo e, também, para otimizar o maquinário, mão-de-obra dentro da fazenda e já fazer a segunda safra. Agregar valor em cima da terra. É um patrimônio que está parado e temos que usufruir – ressalta.
Para a segunda safra de milho, Bataglini também vai utilizar cultivares precoces, com ciclo de produção 20 dias menor do que a semente tradicional.
– A partir do momento que você está na segunda safra, a janela de água é menor e foi onde eu tive a opção de precocidade, vem dando certo – justifica o produtor.
Para o engenheiro agrônomo Marcelo Pereira, as variedades precoces reduzem os riscos de perda do produtor, já que ficam menos tempo expostas a pragas e condições climáticas.
– Nos produtos mais precoces, você vai precisar de 50 a 55 dias de chuva, enquanto que em um produto mais tardio você precisa de, talvez, 70 dias. Então, você tem uns 15 dias a menos, que você vai diminuir o risco de produtividade e viabilizar essa segunda safra – comenta.
Em ciclos de produção menores, é possível diminuir uma aplicação de defensivos agrícolas, além de reduzir até 15% o custo de produção.
– Hoje a diferenciação, pensando em precificação, em custo, ela está mais relacionada ao potencial produtivo aos desafios que você tem para produzir essa variedade e, também, o pacote tecnológico, ou seja, a biotecnologia inserida nesses materiais – afirma o agrônomo.