Os leilões de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro) e Prêmio para Escoamento de Produto (Pep) realizados nesta sexta-feira, dia 2, pelo governo federal poderia ser uma esperança para os agricultores do Rio Grande do Sul, mas para alguns produtores, como Idalino Dal Bello, a intervenção veio tarde demais. O motivo da insatisfação é pelo fato de o estado já ter vendido mais da metade da safra e de o preço mínimo no estado ter chegado a R$ 38,65. A maioria dos produtores, no entanto, recebeu R$ 29.
“Se não subir os preços a gente vai ser obrigado a vender nesse preço aí, mas eu não vou plantar mais o ano que vem”, falou o produtor.
Além da pouca liquidez, o custo de produção que chega a R$ 39. Para o economista da Federação de Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Antônio da Luz, o leilão não ajuda a alavancar o preço. Para ele, as aquisições do governo federal (AGF) seria uma solução bem mais interessante para os agricultores. “O governo entra e compra o produto, ou seja, ele tira do mercado e diminui a pressão da oferta sobre o mercado. O governo não quer fazer AGF sob o argumento de não ter dinheiro e as indústrias também não querem o AGF, pois elas não querem um competidor do tamanho do governo no mercado delas”, disse.
O Ministério da Agricultura já programou mais dois leilões na sexta-feira da próxima semana, dia 9 de dezembro, e também no dia 16 de dezembro.