A produção do etanol a partir da cana-de-açúcar dura apenas seis meses, que é o tempo da colheita. Por isso, uma usina na cidade de Campos de Júlio, em Mato Grosso, apostou no etanol através do milho, ganhando a possibilidade de produzir durante o ano inteiro. Enquanto uma tonelada de milho rende 400 litros do combustível, para uma tonelada de cana o rendimento é de apenas 85 litros. Até outubro, se produz com a cana e depois a produção passa a ser feita em uma instalação menor, com o milho.
De acordo com Vital Nogueira, gerente industrial da usina, o processo de produção de etanol com cana e com milho difere um pouco.
– Recebemos o milho nessas moegas, vai pros silos, depois vai pra moagem, dando início ao processo de transformar o milho, ou amido, o açúcar em fermentação. É mais rápido que a cana – afirma Vital.
A usina usa 20% de todo o milho produzido na cidade. O secretário de Agricultura de Campos de Júlio, Adenir Rostirolla, está buscando outros interessados em construir usinas no município, já que ainda há espaço para pelo menos três.
Usina Flex
Além de produzir etanol a partir do milho, a usina também inova na sustentabilidade. O bagaço de cana, que sobra da produção do etanol, é utilizado para aquecer caldeiras e gerar energia para as máquinas. A empresa investiu R$ 26 milhões em equipamentos para ser sustentável, e possui o título de primeira usina flex do Brasil.
– É um investimento de quatro, cinco anos, que já se pagou – disse o empresário Sérgio Barbieri, completando que pretende investir mais, principalmente em tecnologia.