A chuva castiga pelo menos 37 cidades do Rio Grande do Sul. Em muitos municípios, pessoas tiveram que deixar suas casas, e no interior do estado produtores de trigo e pecuaristas já somam os prejuízos. O estado completou hoje seis dias de chuva.
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A condição atrapalha a proprieda de do produtor de leite Gelson Caraça, onde o pasto encharcado não cresce e as 28 vacas estão produzindo menos.
– Já faz uns 40 dias que está tendo perda de leite, de 80 a 100 litros por dia – relata o produtor.
Sem acesso ao pasto, o produtor se viu obrigado a aumentar a selagem e a ração. Por consequência, os gastos cresceram:
– O produtor deixa de ganhar. Além de ser atividade de margem mínima, essas perdas… – lamente Caraça.
Uma das vacas já está com mastite e o técnico agrícola explica que a doença aparece com mais frequência no tempo úmido.
– Um problema que também aumenta nesse período de excesso de chuva é a contaminação de animais, a entrada de doenças no trato mamário. O ambiente é propício a desenvolver essas doenças – diz Daniel Leite, da Emater.
A chuva castigou principalmente os produtores de trigo que ainda não conseguiram ter acesso às lavouras para contabilizar os prejuízos, tamanha é quantidade de água acumulada. A cultura de inverno precisa de tempo seco e luminosidade para se desenvolver.
– Essa entrada precoce de doenças pode ocasionar futuramente uma dificuldade de controle e posteriormente uma redução da produtividade – ensina o engenheiro agrônomo Adriano de Almeida.
O plantio está praticamente concluído na região. Mas segundo o levantamento da Emater, foi reduzido em 30% em relação ao ano passado. Resultado da previsão de chuva para este inverno.
Ivan Possebon, que em outras safras usava 150 hectares para o trigo, este ano separou só 65 hectares.
– Claro que a gente está produzindo bem, temos condições de produzir de 70 a 80 sacas por hectare. Mas o velho lá de cima tem que ajudar – conta o produtor.