Com o valor da arroba do boi gordo acima dos R$ 300, os preços devem seguir sustentados pela baixa oferta de animais no mercado. No entanto, uma possível quebra na produção de milho, principal insumo para a alimentação do rebanho em confinamento, pode comprometer os lucros do pecuarista que engorda o gado.
O coordenador do núcleo de estudos em sistemas de produção de bovinos de corte da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Júlio Barcellos, afirma que a alta nos preços dos insumos repercute na pecuária mais intensiva. “Embora não seja muito expressiva, há uma parcela de criadores que tem sua atividade estruturada nessas condições. Como estratégia para minimizar os custos, o pecuarista busca aproveitar o potencial do pasto para entrar em confinamento com o boi mais pesado”, explica.
Entretanto, este não é o único desafio. O preço da carne subiu no mercado interno, impactando o consumo. “Na outra ponta temos o consumidor com baixo poder aquisitivo que reduziu as compras de carne bovina. Esse cenário é representado por uma oferta muito reduzida de gado. É uma equação complexa, mas que o pecuarista precisa ser um gestor de custos para aproveitar as oportunidades”, completa.