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Peixe panga cai no gosto popular e facilidade na produção o torna rentável

Produção desde alevinos dura apenas seis meses e cada quilo rende pelo menos 400 gramas de filés

Fonte: Panga BR

Um peixe popularmente conhecido como Panga, tem se mostrado uma boa opção para quem investe em piscicultura e também para o consumidor, já que rende até 50% de filés. Por enquanto, a produção só é permitida em São Paulo, mas outros estados já se mostraram interessados em destravar esta opção.

A criação do peixe Panga ainda é uma novidade para a piscicultura brasileira. Mas, o consumo desta espécie já está consolidado no país, com importações recorrentes, principalmente do Vietnã. Uma das principais características é que ele é um peixe de couro, ou seja, possuem o corpo desprovido de escamas como os bagres e cascudos.

“Este peixe já é comercializado no Brasil há mais de 10 anos. Em média, importamos mais de 70 mil toneladas por ano. A Europa, por sua vez, compra 180 mil toneladas. Então, este peixe já tem um mercado garantido, totalmente pronto. O que precisamos fazer, é ampliar nossa produtividade para diminuir a dependência dos importados e ter o nosso Panga no Brasil”, diz Caetano Furno, presidente da Associação Brasileira de Criadores de Pangasius (Panga BR).

Por aqui, os primeiros criatórios do peixe surgiram em Mococa, no interior de São Paulo. O Panga leva em torno de nove meses para atingir o peso de 1,2 quilos, ideal para o abate. Mas, os produtores brasileiros que compram os alevinos, conseguem finalizar a produção em apenas seis meses. *cada quilo de peixe rende 400 gramas de filé*

“Esse um peixe produz uma grande quantidade de filé. A cada quilo de peixe são retirados 400 gramas de filé, ou seja, quase 50%. É um peixe de couro que aceita uma ração em torno de 32% de proteína”, explica o criador Martinho Colpani.

Uma de das características mais interessantes para os criadores é que sua respiração é branquial ou aérea, que é um método facultativo, conta a zootecnista e professora da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), Luciana Thie Seki Dias.

“Ele utiliza esta respiração aérea quando é necessário. Por isso, não precisa ter uma grande quantidade de oxigênio na água. Não há necessidade de ter uma aerador, um soprador dentro de um tanque de criação, por exemplo. Mas, ele precisa que a água seja renovada, de boa qualidade”, diz ela. “O peixe também deve ficar em tanques escavados.”

Para quem pensa em iniciar uma criação de panga, o preço do alevino varia de R$ 0,60 a R$ 1,20 por unidade. E o preço de venda para o criador varia de R$ 5 a R$ 12 por quilo do peixe vivo.

Quem já começou a atividade acredita que a produtividade do panga por hectare de tanque é superior a de outras espécies. “Hoje, nós produzimos, em média, 10 toneladas por hectare de pescado. Se passarmos a produzir 50 toneladas por hectare, otimizamos o uso da água, que é um bem muito precioso”, explica Colpani.

Claro, que o manejo ideal do panga ainda passa por estudos no país, até para saber em quais regiões ele se adapta melhor. “A primeira pesquisa que estamos realizando na universidade, são testes com diferentes salinidades. Porque estamos apoiando o governo do estado do Rio Grande do Norte, que estão interessados na criação desta espécie de peixe”, conta a zootecnista Luciana, da UFSCAR.

São Paulo foi o primeiro estado a regulamentar a criação do panga. O Rio Grande do Norte deve ser o próximo e ainda tem outros estados interessados. A facilidade do manejo é uma das vantagens da produção deste peixe. “Foi uma experiência boa. É um peixe de fácil adaptação, bom de criar e com um desenvolvimento. O brasileiro aceitou bem. Gostou do filé. É um peixe boa qualidade e com bom de sabor”, diz o piscicultor Eduardo Manetta.

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