A safra de pêssego ficará até 50% menor este ano no interior de São Paulo. O clima prejudicou o desenvolvimento dos frutos e, com isso, a remuneração do agricultor diminuiu quase R$ 5 por quilo.
No interior de São Paulo, boa parte da produção de pêssegos é da variedade kampai. Na propriedade de Waldir Parise, em Jarinu (SP), as frutas são separadas e embaladas conforme o tamanho. E como estão miúdas nesta safra que começou em agosto e vai até dezembro. Isso reduz muito a remuneração do produtor, já que o quilo dos pêssegos maiores rendem R$ 6 e os menores são vendidos por R$ 1 o quilo.
“O fruto miúdo tem um valor muito baixo no mercado. A minha média de rentabilidade foi muito reduzida. Então acredito que vou ter um prejuízo grande este ano na produção do meu pêssego”, diz Parise.
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O engenheiro agrônomo, José Braga Semis, explica que o pêssego necessita de um determinado número de horas em clima frio, que até aconteceu, mas no período errado. “A planta não vegetou suficientemente e houve problema na floração. Outro fator foi a umidade relativa baixa, que atrapalha na polinização do fruto”, conta. “Estou aqui há 9 anos, e sem dúvida, esta é a pior safra que vi.”
Se por um lado o tamanho dos frutos não é bom para os negócios, que depende da aparência, pelo lado da qualidade, quem experimenta se encanta. “A qualidade do fruto está excelente, em termos de sabor e coloração. Os frutos estão mais saborosos, de cor mais intensa, avermelhados. A qualidade está excelente. O que faltou mesmo é o tamanho da fruta”, garante Parisi.
O Brasil produz cerca de 215 mil toneladas de pêssego em 17 mil hectares, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As maiores produções estão no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
