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Plano de reforma agrária demora a sair do papel

Para governo, a reforma já avançou, mas movimentos sociais alegam que houve corte de 60% nos recursos

O Plano Nacional de Reforma Agrária foi anunciado pelo governo em junho, durante o lançamento do Plano Safra para a Agricultura Familiar. Para o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, já ocorreram avanços na questão, mas essa não é a opinião de representantes dos movimentos sociais.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) explicou que só a entidade catalogou 520 áreas nas regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste como prioritárias para atender a demanda inicial das famílias acampadas.

– Para nós atendermos esta demanda precisa ter o recurso garantido, e houve um corte de quase 60%, este é o primeiro grande desafio. O Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária], através da presidente Lúcia, tem discutido a questão da territorialidade, é muito importante otimizar melhor os recursos, criar os assentamentos mais próximos ao meio urbano, dialogar campo e cidade – afirmou Zenildo Xavier, secretário de Política Agrária da Contag.

Segundo o ministro do Desenvolvimento Agrário, desde janeiro já foram assentadas dez mil famílias e a proposta de reforma agrária já está nas mãos da presidente Dilma Rousseff. 

– Nós identificamos onde estão os acampados, onde estão as terras, pra onde essas pessoas podem ir, o custo. Portanto, nós estamos em condição de continuar avançando com a reforma agrária e com o desenvolvimento da agricultura familiar no Brasil – afirmou Ananias.

O especialista em Gestão de Agronegócio da Universidade de Brasília, Sergio Sauer, avalia que o governo segue errando ao priorizar a compra de terras na região amazônica. O governo deve destinar mais de 12 milhões de hectares na região, para regularização fundiária e demarcação de terras.

– A Amazônia é extensa e as questões sociais são difíceis. Tem terra, mas não tem estrada, energia elétrica, assentamentos tem terra, produz feijão e frutas, mas não tem transporte, não tem como deslocar. Associados a disponibilidades de terra, os problemas, em geral, são as distâncias e grau de deslocamento, a situação de isolamento para chegar no centro consumidor. Reforma agrária não é só terra, não é só produção, mas as condições sociais, escola, educação e por aí vai – afirmou Sauer.
 

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