Continua o impasse na votação do PLN 4, que é o projeto de lei que solicita a recomposição de R$ 3,5 bilhões em recursos para a subvenção do crédito rural, após o corte de 2,5 bilhões na lei orçamentária deste ano.
Segundo o consultor jurídico em agronegócio, José Carlos Vaz, que já foi Secretário de Política Agrícola no Ministério da Agricultura, a indefinição do orçamento já atingiu o plano safra em vigor e pode ser muito cruel com o próximo plano. “O primeiro impacto dessa tramitação confusa e demorada do orçamento 2021 foi o impacto no plano safra corrente. Prejudicou algumas linhas qye tiveram que ser fechadas, atrasando algumas operações de investimento em compras de máquina e equipamentos. Não é o impacto significativo na safra, mas é inédito”, disse.
A preocupação agora, segundo ele, é que o calendário agrícola não pode esperar as discussões políticas. “É preciso fazer um jogo de pressão, para que alguns parlamentares abram mão de emendas para poder abrir recursos que estão acordados para o plano safra 2021/22. Mas, enquanto isso, o tempo passa e estamos em um momento bom para certas cadeias produtivas, mas outras devem sofrer impactos com a falta de chuva e um câmbio complicado. Não era momento para passar essa expectativa para o produtor rural”, disse.
Para Vaz, caso o projeto de lei seja aprovado e ocorra uma boa coordenação, é possível que a partir de 1º de julho os bancos saiam contratando custeios. “O impacto será pouco significativo, mas é preciso vontade política para fazer isso acontecer”, finalizou.