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Plano de vender fazendas destinadas à pesquisa é alvo de críticas em SP

As áreas escolhidas para venda foram definidas após um estudo feito em 2012 

Fonte: Divulgação

A proposta do governo de São Paulo de vender 79 imóveis do estado causa polêmica também no agronegócio, isso porque 13 dessas propriedades são utilizadas atualmente por institutos de pesquisas voltadas para agricultura e pecuária.

Desde 2012, a Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), vinculada à secretaria de agricultura, trabalha no mapeamento das áreas estaduais destinadas a pesquisa. Atualmente, a agência tem quarenta e duas unidades que, juntas, ocupam 16 mil hectares. Extensão que, segundo os estudos da Apta, se tornou grande demais para as necessidades atuais.

“As áreas foram definidas por nós num estudo que vem sendo feito desde 2012 por nós dirigentes da Apta e o foco foi justamente naquelas áreas que são muito subutilizadas em termos de experimentação, de pesquisa ou que têm problemas de acesso por conta de separação por causa de obras viárias e existe a dificuldade de pesquisa por estarem dentro de áreas urbanas”, disse o Orlando Melo de Castro, coordenador da Apta.

Das 13 fazendas usadas por institutos de pesquisa, quatro seriam cedidas integralmente para o mercado, como é o caso de uma mantida pelo o Instituto Agronômico de Campinas (IAC), onde funciona há 47 anos o Centro de Engenharia e Automação (CEA). Se o espaço de 110 hectares for vendido, 20 funcionários e 12 pesquisadores vão ter que ser realocados para outras unidades do Instituto.

“Se a gente tiver que sair daqui mesmo, a área de pós-colheita está indo pra Campinas, em seis meses quatro pesquisadores já estão indo pra fazenda Santa Eliza e a intenção é que a área de mecanização vá para o centro de frutas ou mesmo pra Campinas”, disse a diretora do CEA, Juliana Sanches.

Para o diretor-geral do IAC, Sérgio Augusto Moraes Carbonell, a mudança para Campinas não é considerada uma medida drástica. “É uma programação científica das nossas atividades. Essa necessidade da pós-colheita unir, ou até mesmo pra incrementar essas atividades que hoje estão isoladas em duas áreas. A união delas vai interagir com os demais centros de pesquisa que estão no centro experimental central da unidade de Campinas”, disse.

Já a Associação dos Pesquisadores Científicos de São Paulo é contra a proposta do encolhimento de áreas para pesquisa. O presidente da entidade, Joaquim Azevedo Filho,  acredita que a venda de áreas deve agravar um quadro de descaso do governo que se arrasta há pelo menos cinco anos. “Tem muita área que hoje não está sendo usada devido à falta de pesquisador, falta de funcionário de apoio e falta de investimento do governo do estado. Faz mais de cinco anos que o recurso que vem é suficiente só para pagamento de salário e pagamento de despesas como água, luz e alguns contratos de segurança.”

Grande parte dos produtores do interior de São Paulo também se posiciona contra à venda de terras que abrigam centros de pesquisa.  Roberto losque é um dos agricultores do circuito de frutas, que discorda da proposta do governo, principalmente no caso da venda do Centro de Engenharia e Automação de Jundiaí. “Eu penso que se você não investir em pesquisa, há é um retrocesso. Hoje a grande necessidade da Agricultura, do segmento, é buscar a pesquisa para ver o que se tem de novidade”, falou.

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