O plantio da safra de grãos dos Estados Unidos está bem mais acelerado em relação ao mesmo período do ano passado. O milho já tem 27% das áreas semeadas, contra 12% em igual período de 2019. A média dos últimos cinco anos é de 20%. O plantio da soja está com 8%, no ano passado esse número era de 2% e a média dos últimos cinco anos é de 4%.
No ano passado, o excesso de chuva foi o grande problema na hora da instalação da lavoura por conta do fenômeno El Niño, que influenciou diretamente na quantidade de chuva no cinturão de grãos norte-americano. O Meio-Oeste teve diversas áreas inundadas. O calendário ficou tão atrasado que as lavouras sofreram perdas enormes com a neve e a geada na hora da colheita.
Nos próximos dias, volta a chover mais forte no cinturão de grãos e é bem possível que nesta semana o ritmo de plantio aconteça de forma mais lenta, mas não será algo persistente. Depois disso, muitos estados produtores terão chuva mais fraca o que não inviabiliza os trabalhos em campo.
“Outra coisa que chama a atenção também é a ausência de frio extremo que poderia trazer alguma geada após a emergência das primeiras áreas”, explica Celso Oliveira, meteorologista da Somar. Segundo ele, as únicas exceções incluem os estados de Michigan e Wisconsin, próximas da fronteira com o Canadá, e por lá ainda é natural que se registre temperatura baixa na marca de 3 °C com ocorrência de geada.
Com o cenário de um resfriamento das águas do oceano Pacífico Equatorial e uma possibilidade de La Niña, embora o plantio seja favorecido nos Estados Unidos, é possível que na fase importante de desenvolvimento das lavouras em julho falte um pouco de umidade, o que é comum em anos com este comportamento climático. “De qualquer maneira as dificuldades serão bem mais pontuais do que os produtores americanos tiveram na safra passada, finaliza Oliveira.