A possível proibição de provas de vaquejadas contribuiu para que uma competição realizada em Bezerros, Pernambuco, no último final de semana, tivesse recorde de participações. A conclusão veio dos próprios organizadores das competições 14ª Potro do Futuro e Campeonato ABQM de Vaquejada, que contaram com 917 duplas participantes. Segundo a Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha (ABQM), além da presença de competidores do Norte e Nordeste, as provas receberam representantes de outras regiões, como Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Distritos Federais.
“Tudo tem um lado positivo. Isso fez com que a gente se unisse de uma forma muito coesa e nós temos feito um trabalho grandioso, mas tem muito para se fazer ainda, mostrando pra sociedade o tanto que nós tratamos bem os nossos animais e a preocupação que a gente tem, botando as coisas nos devidos lugares”, disse o ex-presidente da ABQM Paulo Farha.
O ex-ministro do Esporte Aldo Rebelo também compareceu à competição e disse que a vaquejada faz parte da cultura do país e que não pode acabar. “A proibição, na verdade, é um daqueles enganos que você pode considerar até pequeno, mas que revela o que anuncia uma grande tragédia, porque a vaquejada não é apenas uma atividade econômica e comercial que emprega muita gente. Emprega aquele que cria o cavalo, o pequeno criador, o médio, o celeiro, o que faz o arreio, o que trata, o que doma, o que comercializa, que transporta, ou seja, é muito emprego e renda em uma hora de dificuldade do país”, disse.
O impacto econômico em uma cidade que recebe a competição de vaquejada é muito grande. A edição de Bezerros movimenta, em média, R$ 5 milhões entre prêmios, produtos vendidos nos estandes e também no parque, além de gerar cerca de 500 empregos diretos e indiretos.
Ainda de acordo com os organizadores, os cuidados com os animais também são altos. Todos os cavalos competidores são credenciados à ABQM e foram inspecionados antes e após as provas. Já os bois só podem correr com o protetor de cauda, equipamento que, segundo os veterinários responsáveis pelo campeonato, evita ferimentos no animal.
“Ele é fixado na base da cauda com essa taca de neoprene, que é uma malha que, quando se puxa ela aperta, quando folga, ela solta. Ou seja, não vai ficar incomodando o boi e, com isso, o boi se torna totalmente intocável na vaquejada. Hoje o boi é puxado através do protetor de cauda, não é mais puxado pela cauda”, garantiu o veterinário Neto Machado.