A política de oferecer subsídios tem se mostrado insustentável, afirma o ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues. Ele defende que investir em seguro rural pode mudar o cenário. “A inflação está cada vez menor e há uma tendência de que as taxas de juros diminuam. Com o seguro funcionando, todo banco vai querer emprestar para o agronegócio”, diz.
O economista Roberto Luis Troster é taxativo: “Se não mudar a política bancária, continuaremos dependendo de Plano Safra, BNDES etc”, alerta.
A discussão sobre o atual modelo de crédito rural no Brasil foi levantada após a votação do Projeto de Lei no Congresso Nacional (PNL) que libera crédito extra para o governo ser adiada pelo Congresso. O Ministério da Agricultura precisou postergar o anúncio do Plano Safra 2019/2020, pois parte dos recursos do programa dependem da aprovação da medida.
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Um pequeno atraso no lançamento do programa não atrapalha a tomada de crédito na próxima temporada, mas desanima o setor, que lida com muitas incertezas, diz o ex-ministro. “A briga entre Estados Unidos e China, a peste suína africana na Ásia, os preços dos produtos que não estão bons, os custos muito altos; são vários fatores nublando”, elenca.
Troster explica que as incertezas podem levar produtores a prorrogarem decisões para não correr perigo. “O risco do preço, do clima e agora isso; é péssimo, muitos produtores podem não plantar”, afirma.