Porto de Santos terá mais acessos e aprofundamento do canal, diz presidente da Codesp

Executivo da estatal que administra a unidade afirma que novo projeto inclui construção de viadutos e duplicação da malha ferroviária que serve as instalações

Fonte: Divulgação: GOV SP

O Porto de Santos, no litoral paulista, maior complexo portuário da América Latina, comemora 124 anos nesta terça-feira, dia 8. Desde o final do ano passado, Alex Oliva é o novo presidente da estatal que administra o porto, a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp). Em entrevista ao Canal Rural, Oliva falou sobre a duplicação da malha ferroviária que serve a unidade, a reforma do calado e os desafios de administrar o porto responsável por 27% da balança comercial brasileira.

Canal Rural – Um problema histórico para o Porto de Santos é a questão dos acessos. O que a Codesp pretende fazer pra amenizar esse entrave?
Alex Oliva –
 Nós estamos trabalhando em um projeto com a prefeitura e com a Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A.) para novos acessos ao Porto de Santos. Isso implica (construir) outros viadutos e fazer com que haja uma duplicação da malha ferroviária, evitando o conflito do rodoviário com o ferroviário. Tudo isso está saindo do papel neste ano.

CR – O ano de 2015 foi marcado por recordes na movimentação do porto, mesmo diante da crise econômica. A que o senhor atribui esse desempenho?
Oliva –
 Na verdade, houve uma situação atípica. Pela primeira vez na história, a safra se prolongou, então o Plano Safra, que normalmente acontece num período muito característico, esse ano ele se prolongou um pouco mais. Houve certa retração das commodities no final do ano. Quando chegou outubro, houve uma conjunção astral positiva, a economia dando sinais que poderia mudar, a alteração do dólar estimulou a exportação. Eu cheguei (à administração do porto) num momento de transição. Segundo os amigos eu trouxe boa sorte, porque o nosso leilão foi exitoso e conseguimos leiloar todos os terminais. Foi bastante positivo e isso traz novos ares para o porto. A partir de 2016, esses três novos arrendatários têm obrigações de investimentos, então será um ano de investimento no Porto de Santos. São R$ 2 bilhões ao longo de 2016 e 2017.

CR – Por que estão ocorrendo tantos acidentes nos terminais do Porto de Santos? E o que a Codesp tem feito pra tentar amenizar esses problemas?
Oliva –
 Existe um plano de ação em curso, tem algumas falhas, mas foram corrigidas durante o incidente. Nós, da Codesp, chamamos essa coordenação, fizemos uma reunião com todos os setores, foram 120 pessoas no nosso centro de treinamentos, onde assumimos a coordenação do trabalho. Essas falhas serão corrigidas. Implementamos outras tecnologias e teremos um treinamento com os brigadistas de acordo com determinado produto.

CR – E como está o andamento do projeto de aprofundamento do canal de navegação do porto?
Oliva –
 Fizemos um novo pregão eletrônico, que terminou semana passada. Estamos na fase de homologação disso, então nesta semana nos faremos a contratação da dragagem de aprofundamento dos berços. A dragagem do canal está sendo feita até que o contrato seja homologado. Estamos com todo o processo de dragagem andando, não está parado. Houve uma interrupção de dezembro para cá no aprofundamento, mas que não causou nenhum problema. A partir da próxima semana estaremos dando sequência ao aprofundamento dos berços.

CR – Alguns terminais registraram demissões em 2015. Qual a expectativa para 2016?
Oliva –
 A gente viveu um momento de “crise”, que acontece dentro de todo cenário. Alguns setores sentiram mais, mas hoje já existe uma acomodação natural. A nossa expectativa é que em 2016 a gente não só resgate esses (profissionais) que saíram, mas que tragamos novos. Nós vamos formalizar a abertura de um concurso público para contratação de funcionários para a Codesp em 2016.

CR – E em relação a receita e investimentos para 2016? 
Oliva –
 A nossa expectativa é que a gente multiplique o balanço que está sendo fechado agora e de uma forma muito mais importante. O nosso trabalho é fazer com que o Porto de Santos seja não só o maior, mas também o melhor.