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Portos do Arco Norte deixaram de escoar 60 milhões de toneladas de grãos em 2013

Levantamento feito pela Câmara Temática de Infraestrutura e Logística do Agronegócio aponta que superar esse déficit pode demorar mais de uma décadaUm estudo feito pela Câmara Temática de Infraestrutura e Logística do Agronegócio aponta que serão necessários quase 20 anos para suprir a demanda de escoamento dos portos da região do Arco Norte (Amazonas, Pará, Maranhão, Rondônia e Bahia).

A quantidade de milho e soja que não pôde ser escoada pelos portos da região em 2013 foi de 60 milhões de toneladas. De acordo com o setor, se a capacidade de escoamento aumentasse em 5 milhões de toneladas por ano, apenas após 19 anos seria possível suprir esse déficit.

– Para que se tenha uma ideia do que são 60 milhões de toneladas que, no ano passado, deveriam ter saído pelo Arco Norte, mas saíram pelo Sul e Sudeste. O porto de Paranaguá, que é o segundo maior porto de cargas geral do Brasil operou 46 milhões de toneladas. Quer dizer, muito menos do que desceu só de soja e milho. O maior porto de carga da o Brasil, o porto de Santos, operou com 114 milhões de toneladas – explica o consultor de infraestrutura e logística da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Luiz Antônio Fayet.

De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a capacidade do Arco Norte deve ser ampliada em 8 milhões de toneladas na safra 2014/2015, em comparação com a última safra. Neste ano, a capacidade para escoamento é de 16 milhões de toneladas.

– A gente prevê, já para o próximo ano, um incremente de 8 milhões de toneladas já pelo Arco Norte. E esperamos que, em 2022, a gente alcance uma capacidade nominal de 64 milhões de toneladas, o que é bastante promissor – comenta o assessor de Logística da Secretaria de Política Agrícola do Mapa, Carlos Alberto Batista.

O presidente da Câmara Temática de Infraestrutura e Logística do Agronegócio, José Torres,  defende que a região Norte é prioridade e que o governo precisa se organizar para atender as demandas da produção.

– Há uma indefinição. Nós fizemos mudanças de marcos legais, mas não fizemos a reestruturação do aparato público. Até hoje há sombra entre o Ministério do Transporte, no caso das hidrovias, os desentendimentos entre o Ministério de Minas e Energia, priorizando as barragens, sem considerar o uso mútuo das águas. É preciso que tenhamos consciência de que precisamos fazer, e ter coragem para fazer mudanças. As mudanças não podem ser apenas anunciadas – pede Torres.

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