O triângulo mineiro é uma das principais regiões produtoras de batata do país. Lá, são cultivadas três safras: a de verão, segunda safra e inverno. Neste ano, a área destinada a cultura vai ser maior e deve chegar a quase vinte mil hectares. Com os bons preços do ano passado, os produtores aumentaram a área, mas o excesso de oferta impactou nos preços.
De acordo com o engenheiro agrônomo Daniel Marques Rezende, não apenas os produtores de Minas Gerais, mas também do Paraná resolveram apostar no bom cenário de 2016. Mas o valor pago, não chega a cobrir o que gastaram. “O preço médio da saca de cinquenta quilos da batata ágata beneficiada foi de R$ 36, no primeiro semestre deste ano, aqui na região do triângulo mineiro. Valor abaixo do custo médio de produção”.
Segundo levantamento, o custo médio de produção da saca de cinquenta quilos da batata ágata beneficiada, principal variedade cultivada no Brasil, foi de R$ 45 na região. Neste período, os gastos também aumentaram, principalmente, com defensivos, insumos e óleo diesel.
Em junho, as cotações ficaram abaixo dos R$ 30 e registraram um dos menores níveis de preços do semestre. Segundo o agricultor Edilson de Sordi, o prejuízo deve ser grande ao final da safra. “O preço médio que eu tenho conseguido foi na faixa de R$ 35 e custo de produção fica na faixa de R$ 50. Nós estamos perdendo quase 25% por sacas. Esse ano eu fico no prejuízo e devo fechar no vermelho”, conta.
Edilson já começou a colheita dos cento e quarenta hectares de batata na fazenda em Sacramento (MG). Nesta safra, ele cultivou três variedades: ágata, orquestra e asterix. O agricultor acredita que a produtividade média deve ficar entre 650 a 750 sacas por hectare, resultado que está dentro da média esperada.
“Fizemos um plantio em outubro que foi uma produção agradável, com bons índices, depois em dezembro nós fizemos um segundo plantio onde a produtividade foi média. Agora, nós estamos colhendo o plantio de fevereiro com uma produção menor. De modo geral, a produtividade foi razoável, mas os preços não agradam muito”, afirma o bataticultor.